"Disparos foram feitos pelo delegado", diz advogado do caso Geffeson Moura
Empresário paraibano foi morto a tiros e a suspeita é que policiais de Sergipe o executaram
Acontece nesta terça-feira (19) a audiência de instrução do caso do empresário Geffeson Moura, morto a tiros na cidade de Santa Luzia enquanto seguia para Cajazeiras, no interior da Paraíba. Os acusados de serem os responsáveis pela morte do rapaz são policiais civis do estado de Sergipe, que estariam fazendo uma operação no sertão paraibano.
O advogado Luís Pereira acompanha de forma remota, de João Pessoa, a audiência que acontece na comarca de Santa Luzia. Ele atua como assistente de acusação. Segundo o advogado, cerca de vinte testemunhas foram arroladas para a audiência. Logo nas primeiras horas, ele relatou que depoimentos importantes para a apuração do caso foram mencionados.
"O julgamento está ocorrendo na modalidade virtual e essa audiência tá sendo conduzida pelo juiz da Comarca de Santa Luzia. Estamos na parte inicial da instrução, mas já foi possível ouvir tanto delegado da Polícia Civil, quanto um agente de investigação, que dizem de forma clara e induvidosa que os disparos foram feitos pelo delegado da polícia sergipana, que o carro estava parado e que não foi verificada uma reação por parte do da vítima, o advogado paraibano Geffeson Moura. Inclusive a informação de que a vítima portava uma arma foi refutada e afastada do processo", disse o advogado.
Luís informou que a audiência poderá se estender pelo número de pessoas a serem ouvidas.
A prisão dos suspeitos
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decretou, no dia 24 de agosto desse ano, a prisão preventiva dos policiais sergipanos envolvidos na ação policial que vitimou o empresário paraibano Geffeson de Moura Gomes. Na sessão, ficou estabelecida a prisão de Oswaldo Resende Neto, José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira. O caso aconteceu no dia 16 de março deste ano.
O Ministério Público interpôs recurso perante a Câmara Criminal contra decisão do Juízo da Vara Única de Santa Luzia que denegou o pedido de prisão preventiva dos agentes. Eles foram denunciados como incurso nas penas do artigo 121, § 2º, incisos I, III e IV e art. 347, caput, do Código Penal c/c art. 20, § 3º, artigo 29, caput, e artigo 73, caput, todos do Código Penal e Lei Federal nº 8.072/1990.
A denúncia foi recebida em todos os termos pelo juiz Rossini Amorim Bastos, da Vara Única de Santa Luzia.
Entenda o caso
O empresário paraibano Geffeson de Moura Gomes, de 32 anos, foi morto na cidade de Santa Luzia (PB) durante uma operação da Polícia Civil do Estado de Sergipe. De acordo com o delegado Sylvio Rabelo, superintendente da Polícia Civil da Paraíba no Sertão e interior, o contato informando sobre o caso só aconteceu após o desfecho.
O corpo do empresário foi deixado no hospital do município de Santa Luzia pelos agentes sergipanos, que foram embora em seguida.
De acordo com informações da Polícia Civil de Sergipe, a operação foi de uma equipe do Departamento de Narcóticos (Denarc) do Estado. A investigação era sobre uma organização criminosa envolvida com tráfico e roubos em Sergipe e que estava na Paraíba.