"Doação de órgãos e o SUS mudaram minha vida”, diz jovem transplantado na PB
No estado, 362 pacientes estão na fila de espera para transplante de córneas.
Aos 24 anos, o publicitário Marcelo Fontes foi uma das 112 pessoas que passaram pelo transplante de córnea este ano na Paraíba. Em abril, o jovem voltou a enxergar o mundo com o olho esquerdo. No estado, 362 pacientes estão na fila à espera do mesmo destino.
Morador de João Pessoa, o jovem natural percebeu que a visão estava ruim em 2016. “Por medo de ser algo grave e muito trabalho eu fui adiando a ida ao médico. Ficar cego era meu maior medo de infância”, disse.
O diagnosticado de ceratocone, doença progressiva que atinge a córnea, foi descoberto após exames há três anos. A solução era o transplante. No olho direito ainda era possível estacionar o avanço da doença, e assim foi feito por meio de uma cirurgia. “Ceratocone é uma doença que evolui muito rápido, eu estava deixando de fazer muita coisa por causa da visão, por exemplo, fazer a barba e dirigir. O transplante era algo muito distante pra mim. Fiquei muito assustado”, contou.
Com 25% da visão, Marcelo entrou na lista de espera da Central. A notícia de que a vez dele havia chegado veio no último dia 28 de abril. A cirurgia foi feita dois dias depois.
“Quando começou a pandemia eu tinha certeza de que não ia acontecer, mas no dia dia 28 de abril de 2021 eu recebi uma ligação do hospital falando que tinha chegado uma córnea pra mim. Foi a melhor notícia da minha vida, fiquei um tempo sem acreditar, chorei muito, e aí foi a correria pra realizar os exames pré-cirurgia”, disse.
Passados pouco mais de três meses, a recuperação de Marcelo segue com sucesso. “Eu já consigo enxergar muito melhor que antes, fazer coisas que eu não conseguia fazer. Eu tenho muito que agradecer ao meu doador e à família dele, por terem pensado nessa possibilidade e decidido que ele seria um doador de órgãos. Também sou muito grato a toda equipe que cuidou de mim. A doação de órgãos e o SUS mudaram minha vida”, finalizou.
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