Licitação de quase R$ 500 mil em iPhones para vereadores de João Pessoa causa polêmica
Dois parlamentares se posicionaram contrários à licitação e sugeriram o uso do recurso em compra de vacinas
Não bastando os altos salários, a nossa classe política conta também com uma estrutura, isso em todas as esferas. Na Câmara Municipal de João Pessoa, uma licitação, em especial, vem chamando a atenção da população. É sobre a disponibilidade de celulares e linhas telefônicas para os vereadores, mas o valor chocou muita gente, quase meio milhão de reais.
A disposição de celular moderno, com linha telefônica de ligações e consumo de internet ilimitados. Essa não é uma realidade da grande maioria dos pessoenses que enfrentam o momento mais grave da pandemia e todas as consequências econômicas. mas através dos impostos essa mesma população que enfrenta crise garante conforto aos vereadores de João Pessoa.
Em uma licitação lançada neste ano, a câmara municipal prevê a disponibilização de 35 aparelhos para os 27 vereadores e 8 funcionários da casa. Um gasto de quase meio milhão de reais para o período de dois anos. Com os valor dessa licitação lançada pela câmara, só com celular seriam gastos quase R$ 500 por mês para cada vereador, que já recebe um generoso salário de R$ 15 mil.
A licitação chegou a virar assunto durante uma das sessões remotas da câmara neste mês. Os vereadores Junio Leandro (PDT) e Marcos Henriques (PT) se manifestaram contrários à contratação do serviço e sugeriram que o valor fosse doado para a compra de vacinas contra a covid-19.
"Eu queria também saber se essa história que rolou aí na imprensa. É verdade que a mesa comprou gastou quase meio milhão compra de celular? Eu acho importante a gente poder identificar isso para poder juntar um recurso e poder doar a Prefeitura Municipal de João Pessoa para compra de vacinas. Acho que, nesse momento, o que a gente tá precisando são vacinas", disse o vereador petista.
Ainda na mesma sessão, o presidente da Câmara, Dinho, rebateu questionamento do vereador justificando que a prática já acontece na casa.
"Se trata apenas de uma renovação. Esse contrato tem desde a época de Durval Ferreira, a gente não inventou a roda e o contrato é um contrato mensal, de uma operadora que vai haver uma licitação e não existe aquele valor, que é um valor de dois anos acumulados", explicou.
Após a repercussão do caso, a Câmara Municipal de João Pessoa divulgou uma nota tentando justificar, mas mesmo com o montante sendo de dois anos, cada aparelho teria um custo mensal de R$ 495,00 por vereador. Valor cerca de quatro vezes maior que um plano convencional no mercado atualmente. Outro ponto que a nota esclarece é que essse é o valor referente ao serviço e que os aparelhos seriam "emprestados" pela operadora e devolvidos posteriormente pelso parlamentares.
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