UFPB firma parceria para desenvolver software capaz de converter libras para língua portuguesa
A ação será possível em razão de uma ferramenta de tecnologia assistiva.
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estabeleceu um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Economia brasileiro para desenvolver aplicativo capaz de traduzir da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a língua portuguesa. Isso acontecerá por meio de ferramenta de tecnologia assistiva, que proporciona mais autonomia, independência e qualidade de vida para seus usuários.
“Atualmente, o VLibras tem ênfase na tradução da língua portuguesa para a Libras, ou seja, tem o objetivo de fazer com que um surdo entenda o que está escrito ou é falado em português. Neste novo projeto, financiado pelo Ministério da Economia, vamos pesquisar o caminho inverso e desenvolver um software que consiga traduzir de Libras para português”, explica o Prof.
Tiago Maritan, do Departamento de Informática da UFPB e coordenador da iniciativa.Além da criação do app, que tornará a comunicação com pessoas surdas bidirecional, também são objetivos desta parceria promover melhorias no VLibras, como tornar o atual avatar mais natural, a fim de facilitar o entendimento de seus sinais, criar um avatar infantil e um jogo de karaokê em Libras. A parceria teve início no último mês de dezembro e se estenderá por 12 meses.
Tiago Maritan conta como o karaokê irá funcionar: “em vez de cantar com a voz, o usuário cantará com sinais. Com um dispositivo de captura de movimentos, um sensor de videogame, os movimentos terão que ser de acordo com a letra da música. A nota que o karaokê dará pela performance será maior à medida que os sinais coincidam com a letra de cada música”.
De acordo com o coordenador do projeto de cooperação técnica, atualmente o VLibras tem entre 30 e 40 milhões de acessos por dia e produz três milhões de traduções por mês, ou seja, mais de 100 mil traduções por dia."O VLibras é gratuito e está instalado em todos os sites do Governo Federal, da Câmara, do Senado, de vários tribunais, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Ministério Público Federal (MPF), de muitas instituições públicas e privadas”, cita Tiago Maritan.O professor da UFPB lembra que, conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 10 milhões de brasileiros com algum nível de deficiência auditiva.
“Esse é o público que poderá ser beneficiado com este acordo de cooperação”.Resultado de uma outra parceria entre a UFPB e o Ministério da Economia brasileiro, o VLibras é um conjunto de ferramentas computacionais de código aberto que traduz conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) para Libras, tornando computadores, celulares e plataformas web acessíveis para pessoas surdas.