Criança de 2 anos passa por cirurgia inédita na PB para tratamento de síndrome rara
O procedimento inédito em um paciente nessa idade foi realizado com sucesso na unidade pública de saúde referência no estado
equipe de arritmologia do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires realizou, nessa quarta-feira (13), uma cirurgia de ablação por cateter (procedimento no qual o médico passa um cateter pelos vasos sanguíneos até o coração para destruir/neutralizar as vias elétricas anormais do tecido cardíaco) em uma criança de apenas 2 anos, para tratar a síndrome de Wolff-Parkinson-White, uma arritmia em que o paciente nasce com uma alteração na estrutura de condução elétrica cardíaca que provoca taquicardia com risco de morte súbita. O procedimento inédito em um paciente nessa idade foi realizado com sucesso na unidade pública de saúde referência no estado.
O protagonista dessa história é o pequeno Arthur Bryan, paraibano da cidade de Pilar, que desde 2019 recebe acompanhamento clínico e tratamento no Metropolitano. Longe da família há cerca de dois meses, a mãe Elizabete Benjamin descreve emocionada o sucesso da cirurgia. “Nós vencemos. Eu digo nós colocando toda minha família, minha outra filha de 6 anos, que desde novembro estamos distante, devido à internação do Arthur aqui, os nossos parentes, também os médicos que o acompanharam, Dr. Renner que esteve desde o começo e viu a evolução da doença, e sempre buscou tratar da melhor forma possível. Quando ele (Dr. Renner) me disse que Arthur poderia fazer essa cirurgia, eu confie e aceitei, acreditando em todo o cuidado que toda equipe desse hospital sempre teve com meu filho”, ressaltou.
Sobre o procedimento de alta complexidade, o médico arritmologista Renner Raposo explicou ser comum em adultos, infrequente em crianças. “Quando necessário em crianças, esse procedimento geralmente é realizado a partir dos 5 anos de idade, porém nesse caso a criança de 2 anos estava tendo crises de taquicardia diariamente, refratárias a todos os medicamentos antiarrítmicos e com risco de morte súbita. Então nos restou o tratamento da ablação por cateter, executado com cuidado redobrado e uso de material especializado para a idade. Estamos felizes com o resultado e comemoramos o sucesso”, expressou o médico responsável, sendo esse também um sentimento dos arritmologistas Daniel Moura, André Avelino de Queiroga e da anestesista Adriana de Oliveira, especialistas que compõem a equipe de arritmologia do Metropolitano.
Para a realização da cirurgia foi necessária uma força-tarefa entre as equipes assistenciais e administrativas. O setor de compras, farmácia, médicos, enfermeiros e diretoria colegiada estavam empenhados em propiciar uma melhor qualidade de vida para o paciente, como pontuou o diretor geral, Antônio Pedrosa: “Todos nós nos envolvemos com a história dessa família, da luta desse pequeno guerreiro para sobreviver. Não medimos esforços para adquirir os recursos necessários e desse modo poder proporcionar uma melhor qualidade de vida não só para o Arthur, mas toda sua família. Somos referência no tratamento de patologia complexas e execuções como essas reafirmam nosso compromisso com a saúde da população paraibana. Seguiremos com essa assistência”, destacou o diretor, parabenizando toda equipe.
A criança seguirá sob os cuidados médicos e multidisciplinar e a alta está prevista para ocorrer no final de semana. Com essa notícia, Elizabete, mãe de Arthur, agradeceu aos esforços dos envolvidos. “Hoje eu sou pura gratidão. Estou nesse hospital que nem parece um hospital de tão acolhedor que é. Sinto saudades do meu lar, da minha família, mas aqui também encontramos pessoas, na verdade anjos, que se tornam nossa família. Apenas desejo que assim como eu e meu filho vencemos, outras mães e crianças vençam e que Deus abençoe a cada um que trabalha nesse hospital”, declarou Elizabete.
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