Paraibana relata mudanças de rotina durante novo confinamento em Portugal

A Europa enfrenta uma nova onda de covid-19 e, com números de contágio voltando a crescer, vários países passaram a adotar medidas de restrição de circulação e, em alguns casos, até lockdown. Em Portugal, o primeiro-ministro António Costa, anunciou no último sábado (31) um confinamento parcial de 15 dias, que inclui 121 das 308 áreas do país, ou seja, 70% de uma população de quase 10 milhões de habitantes.

A paraibana Rossana Braga se mudou para o país há três anos e hoje mora na cidade de Aveiro, a segunda mais populosa da região do Centro, com cerca de 55 mil habitantes. Trabalhando como recepcionista de hostel numa área nobre antes da pandemia chegar, Rossana conta como a covid-19 alterou a vida profissional dela e a rotina diária de portugueses.

"Eu fiquei desempregada por causa do covid, morava em Lisboa, e a maioria dos restaurantes e hosteis, que era onde trabalhava, fecharam por falta de turismo e clientes. Tive que me mudar para outra cidade, onde o custo de vida fosse mais barato", afirmou.

Hoje, Rossana está recebendo o seguro-desemprego pelo governo e procura um novo emprego desde julho. Com anúncio do primeiro-ministro no sábado, relatou contradições nas medidas adotadas. "Eu já esperava essas medidas, mas algumas das exceções ainda me causam espanto. Por exemplo, o maior surto de infectados aqui são nas universidades, pois tem alunos de intercâmbio, maioria espanhóis, e ainda está tendo aulas lá", ressaltou.

Sobre a rotina, ela observou mudanças no comportamento das pessoas, apesar do confinamento não ser obrigatório. "Tudo está com serviços reduzidos, horários reduzidos, serviços públicos só com agendamento. Não é permitido comprar alcool após as 20h em nenhum supermercado. Aglomeração com mais de cinco pessoas, exceto da mesma família, não pode, e é obrigatório uso de máscara na rua", detalhou.

No mundo, mais de 1,2 milhão de mortes provocadas pelo novo coronavírus foram oficialmente contabilizadas desde o início da pandemia. Segundo a Universidade Johns Hopkins, já foram registradas 47.491.193 contaminações. Além de Portugal, novas medidas de restrição foram anunciadas em outros países como a Alemanha, França e Reino Unido.