Defensoria Pública recomenda fim da proibição de celulares em hospitais de JP
Prefeitura tem um prazo de 48 horas para informar se vai ou não acatar
A Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) recomendou à Prefeitura Municipal de João Pessoa a revogação do ato administrativo que determinou a proibição da entrada de aparelhos celulares e equipamentos similares em unidades hospitalares da capital. Secretaria de Saúde nega proibição.
De acordo com a DPE, a proibição já era recomendada pela prefeitura, mas passou a ser obrigatória no início deste mês. A justificativa, segundo informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde, é de que tal medida evita a propagação do novo coronavírus (Covid-19) nas unidades de saúde.
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Na recomendação expedida pela DPE-PB, os defensores públicos ressaltam que o usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, “devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observarem as seguintes diretrizes: definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o bom atendimento ao usuário; adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos usuários; manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço e ao atendimento”.
O documento também pontua que é direito básico do usuário a participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços e que a publicidade representa condição de eficácia para os atos administrativos.
A prefeitura tem um prazo de 48 horas para informar se vai ou não acatar a recomendação. Em caso de negativa, não está descartada a adoção medidas judiciais a fim de assegurar o cumprimento da recomendação.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que "não houve determinação para a proibição de uso de celulares e equipamentos similares em unidades hospitalares". E acrescentou: foi feita uma solicitação para que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar de cada unidade avalie a necessidade de restrição do uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como medida de controle de contágio para garantir a biossegurança dos usuários nos serviços hospitalares.
Por fim, a pasta disse que o setor jurídico já está emitindo uma resposta à Defensoria Pública do Estado sobre a recomendação do órgão.
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