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Cinco grávidas morreram por Covid-19 na PB, afirma pesquisadora da UFCG

Estudo mostrou que Brasil tem 77% dos óbitos de gestantes e puérperas pela doença registrados no mundo

Por Redação T5 Publicado em
Barrigagravida

A assistente social Joyce Rodrigues, 24 anos, foi uma das cinco mulheres grávidas ou puérperas mortas por Covid-19 na Paraíba desde o início da pandemia. A profissional de saúde morreu no dia 23 de maio após um parto de emergência realizado na Maternidade Frei Damião, em João Pessoa. O filho da paraibana também não sobreviveu.

Casada e esperando o primeiro filho, a assistente social não resistiu ao sintomas do novo coronavírus depois de quase 20 dias internada. Ela não tinha comorbidades.

Joyce entrou para os números apontados pelo jornal científico international Journal of Gynecology & Obstetrics, que mostram as brasileiras como maioria entre gestantes e puérperas mortas por Covid-19 no mundo. Cerca de 77% dos óbitos ocorreram no país.

Foto: Reprodução/Web

A taxa de mortalidade da população obstétrica brasileira é de 12,7%, dado superior às taxas mundiais apontadas até o dia 18 de junho. Morreram 160 grávidas no mundo e 124 eram brasileiras, quatro delas em hospitais de João Pessoa e uma em Campina Grande, no Agreste do estado.

Paraibana na pesquisa

O estudo científico que identificou a fragilidade obstétrica na saúde das brasileiras teve a participação de uma pesquisadora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A professora Melania Amorim conversou com o Portal T5 e afirmou que condições de assistência precárias podem ter colocado o Brasil como destaque negativo de mortalidade.

As grávidas fazem parte do grupo de risco definido pelo Ministério da Saúde por conta da imunodeficiência relativa associada a adaptações fisiológicas maternas.

Segundo Melania, o atendimento pré-natal de baixa qualidade e falta de recursos dos municípios podem ter provocado os altos índices entre as brasileiras. Entre as mortes confirmadas, cerca de 22% das vítimas não foram internadas em UTI, bem como 36% não tiveram acesso a respiradores. "Nossa pesquisa é para mostrar que a gravidez é uma situação de risco diante ao coronavírus e não podemos assistir a mortes, em um momento que seria de gerar vidas", disse.

Apesar do alto número nacional, Melania afirma que a Paraíba teve melhor assistência comparada ao nível da oferecida no país. "O estado teve menos mortes por conta do planejamento de ações feito antes da pandemia", afirmou.

Participaram ainda do estudo pesquisadores da Unesp, UFSCAR, IMIP e UFSC, que analisaram o sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, o SIVEP-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe), e veículos de imprensa.

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