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Projetos na UFPB capacitam feirantes para higienização de alimentos

Materiais educativos e plataformas on-line garantem cuidados básicos e vendas

Por Redação T5 Publicado em
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Foto: Divulgação/PMJP

As feiras livres oferecem à população alimentos frescos e mais saudáveis e geram renda para feirantes e produtores. Para fortalecer o segmento, as ações de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) têm buscado auxiliar e capacitar esses trabalhadores na Região Metropolitana de João Pessoa, em cidades da Zona da Mata do estado e em municípios como Areia, no Brejo paraibano.

Os projetos Feira Livre, Sabores da Terra e EcoVárzea Feira Agroecológica, na Grande João Pessoa, e o Compre na Feira, ligado ao campus II da UFPB, na cidade de Areia, são algumas dessas iniciativas que têm oferecido assistência, beneficiando consumidores e, consequentemente, a saúde pública.

Norteados pela Política de Segurança Alimentar e Nutricional brasileira, neste período de pandemia da Covid-19, as atividades dos projetos têm sido realizadas através da disponibilização de conteúdos educativos virtuais e criação de plataformas on-line para que os feirantes possam comercializar os alimentos. Confira, abaixo, detalhes sobre as iniciativas.

Delivery

Alguns já estão com uma logística de delivery em funcionamento, como é o caso da EcoVárzea Feira Agroecológica, mais conhecida como Feira Agroecológica, que acontece às sextas-feiras, no campus I da UFPB, em João Pessoa.

Suas atividades são em parceria com o projeto Saberes e Fazerescoordenado pelo professor Fernando Morais, do Departamento de Sistemática e Ecologia do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da UFPB, a fim de auxiliar camponeses e camponesas agroecológicos da região da Zona da Mata paraibana.

A feira está funcionando em sistema delivery. As compras das eco cestas são efetuadas exclusivamente pelo site, de segunda-feira até às 15h da quarta-feira.

As entregas são feitas no sistema Drive Tru, próximo ao Centro de Vivências da UFPB, nas sextas-feiras, das 5 às 10h. O pagamento é feito por transferência bancária ou na hora da retirada.

Segundo Fernando Morais, o projeto envolve 43 famílias. A produção é realizada por integrantes da Associação de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos da Várzea Paraibana (Eco Várzea).

O coordenador do projeto destaca, dentre as vantagens das atividades desenvolvidas, a economia solidária praticada pelos agricultores, o fortalecimento da soberania alimentar do agricultor, o envolvimento das mulheres no processo de produção e na tomada de decisões.

Manejo e armazenamento

Já  projeto Feira Livre, vinculado ao Centro de Tecnologia (CT), no campus I da UFPB, em João Pessoa, envolve discentes e docentes das áreas da Engenharia, Tecnologia e Ciências de Alimentos e tem como objetivo, de acordo com a Pró-reitoria de Extensão (Proex), proporcionar segurança alimentar e boas práticas de manipulação de alimentos através de cursos de capacitação para os feirantes da capital paraibana.

Sob a coordenação da docente Joselma Amorim, do Departamento de Engenharia de Alimentos, o projeto busca orientar esses trabalhadores sobre higiene e segurança no manejo e armazenamento dos alimentos.

O projeto tem desenvolvido ações educativas por meio de redes sociais e realizado atividades através de e-mail e formulário, bem como junto a cooperativas, já que as feiras livres estão proibidas de funcionar.

Além disso, a coordenadora adianta que o projeto planeja expandir sua ação para o município de Piancó, por meio da articulação realizada por uma discente do projeto.

São parceiras da iniciativa a Cooperativa dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar (Coopasa) e a Cooperativa Verd Nova.

Sem agrotóxico

Também situado no campus I da UFPB, no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), o projeto Sabores da Terra tem como seu público-alvo os agricultores familiares de assentamentos rurais.

De acordo com a Proex, a iniciativa tem atuado para prestar assistência à rede de feiras agroecológicas que acontecem nos municípios da Região Metropolitana de João Pessoa e na Zona da Mata paraibana.

Com uma proposta agroecológica, conforme o coordenador da ação, professor Fillipe Marini, o projeto procura valorizar os ecossistemas e também os saberes familiares e campesinos dos agricultores, visando a produção de alimentos saudáveis, orgânicos, sem uso de agrotóxicos e que preservem os recursos naturais, dando ao consumidor a oportunidade de ter acesso a alimentos saudáveis.

“São produtos completamente sem uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos, então apresentam uma melhor qualidade natural. produtos agroecológicos”, explica o professor. Além disso, ele destaca a necessidade de renda para os agricultores, principalmente nesta pandemia.

O projeto mapeou 34 assentamentos que se organizaram nas seguintes feiras: EcoVárzea da UFPB, EcoSul (bairro do Bessa), Feira do Centro (Praça Rio Branco, em João Pessoa), Feira do Instituto do Ser (bairro dos Bancários), Feira de Itabaiana e Feira de Jacaraú.

A iniciativa tem programado oficinas sobre sustentabilidade na agricultura e controle biológico de insetos indesejáveis e também planeja realizar visitas mensais às feiras para identificar as necessidades de cada uma, porém, devido à pandemia, foi necessário adequar as atividades.

O coordenador do projeto Sabores da Terra adianta que a equipe projeto está discutindo a disponibilização de uma plataforma para comercialização dos alimentos. “Estamos discutindo qual a forma melhor para todas as feiras”, diz o professor Fillipe.

Mulheres no comando

Já no campus II, em Areia, o projeto Compre na Feira contribui com os feirantes e produtores rurais do Brejo paraibano, por meio de ações de orientação e ensino de técnicas para cuidados básicos com os alimentos, higienização dos produtos e do ambiente de comércio.

Principalmente neste momento de pandemia, todas essas ações têm o intuito de qualificar os serviços e contribuir para a valorização e o reconhecimento da atividade do feirante.

A iniciativa, há 17 anos, atua para o fortalecimento das feiras livres. Com a suspensão das atividades presenciais, as ações de extensão estão sendo desenvolvidas com o suporte das mídias sociais como Facebook e por grupo no aplicativo WhatsApp, para atender às demandas e dialogar com os feirantes.

 “Eles entendem que as ações do projeto contribuem para a melhoria e desenvolvimento das atividades deles, de geração de emprego e renda”, informa a professora.

Entre as ações desenvolvidas pela equipe, estão ainda o estímulo à valorização dos produtos por meio da informação e divulgação das propriedades e vantagens dos alimentos, estratégias de cooperativismo e para melhoria da relação dos feirantes com os clientes.

“Essa é uma atividade multidisciplinar e nós precisamos de muita ajuda de outros setores”, explica a coordenadora do projeto, a docente Silvanda Silva. A professora ressalta, sobretudo, o crescimento da participação da mulher no setor. Conforme a docente, 47% dos feirantes já são do sexo feminino.

“As mulheres assumiram essa atividade. Elas têm interesse em colocar as ações em prática e são muito cuidadosas. Quando a gente começou, eram 10% de mulheres. Esse número foi aumentando, principalmente com a feira do produtor, elas saíram do campo e vieram trazer os produtos delas para a cidade. É uma experiência muito construtiva”, conta a professora Silvanda Silva.

Serviço:

EcoVárzea - (83) 99387.2169

Coopasa - (83) 99949.3774

Verd Nova - (83) 98880.6659 / 98808.4332



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