Entregadores de apps da PB não aderem protesto nacional por medo de represália
Manifestações por melhores condições de trabalho acontecem em todo país, nesta quarta-feira (1º)
Mais de 1,3 mil entregadores de aplicativos da Grande João Pessoa não vão aderir o protesto da categoria realizado nesta quarta-feira (1º) em todo Brasil. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores com Motos (Sindmotos) afirmou que os entregadores temem por represália dos administradores das plataformas on-line.
Em entrevista ao Portal T5, o representante do Sindmotos, Ernani Bandeira, afirmou que as insatisfações dos paraibanos são as mesmas de todos os trabalhadores do ramo no país, mas há medo. "Quem aderir ao protesto pode ser banido da plataforma. Porém nossas reclamações são as mesmas, a grande carga horária de trabalho (cerca de 16 horas diárias), remuneração, falta de equipamento de proteção relacionado à pandemia da Covid-19 e segurança", disse.
Os organizadores do movimento nacional afirmaram que a manifestação foi construída por meio da interlocução por grupos na internet.
No Brasil, aderiram ao protesto os trabalhadores de empresas como Rappi, Loggi, Ifood, Uber Eats e James.
Violência
Triplicou o número correspondente a média de assaltos sofridos por trabalhadores do setor durante a pandemia. O levantamento foi realizado Sindmotos a partir de relatos dos profissionais. Antes da pandemia, os dados mostravam que 2 em cada 10 trabalhadores eram vítimas das investidas criminosas. Agora, o número médio de assaltos chegou a ser de 6 em cada 10 entregadores.
Melhores condições
Segundo a organização do protesto desta quarta-feira, os entregadores cobram o aumento das taxas mínimas recebidas por cada corrida e o valor mínimo por quilômetro. Atualmente, eles são remunerados por corrida e pela distância percorrida, e por isso esses dois indicadores acabam definindo o pagamento por cada entrega. "Tem dia que é R$ 1, tem dia que é R$ 0,50. O Ifood e outras empresas mandam notificação para os clientes falando que já pagam. Não é verdade", reclama o entregador do Rio de Janeiro, Simões, à Agência Brasil.
MPT
O Ministério Público do Trabalho vem investigando os aplicativos há alguns anos. Foram ajuizadas ações civis públicas para reconhecimento do vínculo de emprego nas companhias Loggi e Ifood, e outras estão em fase de apuração. Até o momento, essas ações não foram julgadas.
saiba mais