Na PB, pesquisadores investigam se compartilhamento de boas ações incentiva solidariedade
Distanciamento social dificulta ajuda ao próximo na pandemia do novo coronavírus
Pesquisadores do Laboratório de Psicologia da Mídia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no âmbito do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, investigam se iniciativas de ajuda ao próximo durante a pandemia do novo coronavírus, divulgadas em notícias ou redes sociais, incentivam ações da mesma natureza.
“Especialmente em uma época onde dois fenômenos se intensificaram: o uso constante da internet afetado pela quarentena e a importância da solidariedade e do apoio entre cidadãos neste momento delicado”, observa a mestranda Isabella Santos, uma das responsáveis pelo trabalho.
De acordo com a pesquisadora, o estudo é uma tentativa de contribuir para o debate sobre o compartilhamento de boas ações. Conforme a pesquisadora, esse não é um tópico muito pesquisado no Brasil, embora haja uma discussão constante acerca do tema no exterior.
“Algumas pessoas acham que, se você ajuda alguém sem esperar nada em troca, deve fazer isso no anonimato. Por outro lado, muitas vezes, a divulgação de uma causa que precisa de ajuda traz visibilidade e, consequentemente, mais apoiadores”, avalia a mestranda.
Questionário on-line foi desenvolvido para simular ambientes virtuais nos quais as boas ações são compartilhadas. Com isso, a equipe de pesquisadores espera, entre os resultados do estudo, que as pessoas expostas a conteúdo pró-social exibam uma intenção maior de demonstrar comportamentos similares.
“Conhecer como a mídia que consumimos afeta a forma que agimos e pensamos é algo essencial na era da informação, consequentemente, de grande importância para a população”, assevera a pesquisadora Isabella Santos.
Se for observado, por exemplo, que, de fato, conteúdo pró-social on-line pode incentivar comportamentos de ajuda, é possível investigar até que ponto isso ocorre e como potencializar esse efeito.
“A ajuda ao próximo incentivada pela internet e que pode ser realizada através dessa ferramenta é uma questão que deve ser considerada em tempos de distanciamento social, onde nossa possibilidade de ação fica limitada”, defende Isabella Santos.
A pesquisa está na fase de coleta de dados, que deve durar até o final deste mês ou quando forem alcançados, no mínimo, 120 participantes. Depois, serão iniciadas as análises. A perspectiva é concluir o estudo ainda este ano.
Além de Isabella Santos, a equipe de pesquisadores é composta por Tailson Mariano e Maria Helena Vasconcelos, sob orientação do professor Carlos Eduardo Pimentel.