Entenda como funciona a doação e uso de plasma em pacientes com Covid-19

A enfermeira Larissa Targino teve covid-19, precisou ser internada e chegou até a ser entubada por causa da doença. Larissa fez tratamento com doação de plasma e se recuperou. Desde então, decidiu se engajar numa campanha para que mais pessoas sejam doadores.

"Minha vida não podia estar melhor e hoje eu faço campanha para as pessoas que precisam de doação de plasma. Tem muito paciente precisando então vim aqui pedir um espaço para fazer uma pergunta para vocês, se você se encaixam nos parâmetros para doação de plasma, por favor, entre em contato com o hemocentro, dá uma passadinha lá, não dói, não faz mal e você vai salvar uma vida", pediu a enfermeira.

Mas será que toda pessoa que se recuperou da Covid-19 pode doar o plasma? Como a doação é feita? Qual o paciente que pode receber? Como tudo o que estamos vivendo é algo muito novo, as dúvidas são comuns. Mas buscamos as respostas.

Um estudo clínico está sendo feito, em parceria, pelo hemocentro, hospital universitário da UFPB e LACEN estadual para entender melhor os efeitos do uso do plasma de quem já teve covid 19 para o tratamento da doença. O material contém os anticorpos que podem ajudar a combater a infecção.

"Ela é a parte líquida do sangue, que contém anticorpos, então, nessa situação que nós estamos vivenciando da pandemia do covid 19, é uma terapêutica alternativa, uma vez que esses anticorpos, eles são capazes de se ligar a estrutura antigênica do vírus, diminuindo portanto essa carga viral. Acreditamos que isso deve levar a melhora no quadro clínico do paciente grave da Covid-19", relatou uma das pesquisadoras.

Segundo o hemocentro da Paraíba, o processo é altamente seguro e realizado em uma sala, com todo um equipamento instalado. A doação dura em torno de 40 minutos, ou seja, um processo de uma doação normal. Apenas o plasma é retirado.

Os possíveis doadores podem fazer o agendamento por telefone e compareceram o hemocentro no dia e hora marcados. os candidatos a doadores precisam preencher alguns critérios.

"Esses sintomas terão que ter desaparecido após 30 dias, ele também pode ser homem ou uma mulher nuligestas, ou seja, aquela em que ela nunca engravidou ou teve aborto. Deve-se ter entre 18 e 65 anos de idade e mais de 50 kg. Essa pessoa não pode ter tido uma forma grave da Covid-19", orientou a representante do hemocentro.

"Vários estudos científicos já tem mostrado esses critérios que estão os que nós estamos estudando.O paciente tem que estar até pelo menos dez dias do início das manifestações clínicas. Ele não pode estar em uso de drogas vasoativas, em processo de diálise renal, nem em ventilação mecânica invasiva. A busca é pela melhora clínica desse paciente, de forma a fazer com que justo esse paciente não entre na UTI, não seja entubado e assim possamos desafogar os leitos.

A pesquisa feita em parceria pelo hemocentro, UFPB e LACEN tem autorização do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).