Fisioterapia pode acelerar e aliviar dores no parto, diz pesquisadora da UFPB
Estudo recruta mulheres puérperas que tiveram parto normal para colaboração
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) procura identificar o impacto da assistência fisioterapêutica no alívio das dores durante o trabalho de parto.
De acordo com a pesquisadora, a estudante de Fisioterapia Rosana Freitas, sob orientação da professora Cristina Katya, a ideia é que as mulheres protagonizem e vivenciem a experiência com mais prazer.
“A fisioterapia na obstetrícia ainda está crescendo. Não é obrigatório que maternidades tenham fisioterapeutas. Poucas em João Pessoa oferecem esse suporte à gestante”, conta a pesquisadora.
A pesquisa compara puérperas que tiveram auxílio de fisioterapeuta no trabalho de parto e as que não tiveram essa assistência. “Estamos estudando as técnicas e regiões onde se localizam as dores em cada fase do trabalho de parto, a fim de atuar em cima delas”.
Segundo a pesquisadora, a maior parte das técnicas que são aplicadas atua na região lombo-sacral, que é onde se concentra a maior parte das dores. “Com o auxílio do fisioterapeuta, o trabalho de parto pode ser, inclusive, acelerado”.
De acordo com Rosana Freitas, dados de 2015 da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o segundo país no mundo em quantidade de cesárias, com 55% dos partos realizados por meio de intervenção cirúrgica.
“O Brasil só perde para a República Dominicana (56%). As cesáreas são escolhidas, muitas vezes, porque é um parto rápido e os médicos não querem perder tempo. Mas, com o auxílio de fisioterapeuta, essa história pode mudar. Já há estudos que mostram que a presença de um fisioterapeuta torna o parto mais rápido e com menos trauma e sofrimento”.
A pesquisadora defende o parto normal por entendê-lo como mais natural e saudável e no qual a mulher tem maior protagonismo e autonomia.
Conforme os critérios estabelecidos pelo estudo, podem colaborar mulheres puérperas que tiveram parto normal, tanto na rede pública quanto privada, e que estejam com até três meses de pós-parto, com ou sem intercorrência antes, durante ou após o parto.
Para participar da pesquisa, as mulheres interessadas devem entrar em contato por meio do telefone/WhatsApp (83) 98857.4548) ou pelo e-mail [email protected] e responder a um questionário sociodemográfico on-line.
Quase 60 questionários já foram respondidos. A meta é obter as respostas de 100 puérperas, inclusive de outros estados. A coleta dos dados será realizada até o final do mês de junho e a análise de dados ocorrerá em julho. As informações das participantes serão mantidas em sigilo. Mais informações podem ser obtidas através do perfil da pesquisadora no Instagram.