Pesquisadores da UFPB transformam coroa de abacaxi em carvão ativado
Material é capaz de absorver compostos tóxicos em esgotos domésticos e industriais
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) conseguiram produzir carvão ativado a partir da coroa do abacaxi, matéria-prima de baixo custo.
A invenção, registrada pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), tem a finalidade de absorver compostos tóxicos e impurezas presentes em hidrolisados lignocelulósicos, materiais que possuem lignina e celulose em sua composição (biomassa lignocelulósica) e que sofreram reação de decomposição ou alteração através da água.
A fim de evitar contaminação ambiental, o novo carvão ativado também poderá ser aplicado no tratamento de efluentes, despejos líquidos provenientes de atividades humanas e industriais, facilitando, assim, o tratamento de água e dos esgotos domésticos e de fábricas.
Para chegar ao carvão ativado inovador, o trabalho foi dividido em duas etapas: tratamento da matéria-prima, a coroa do abacaxi, e a carbonatação realizada em um reator.
Os pesquisadores cortaram a coroa e a colocaram no sol para secar. Após perder um pouco da umidade, a coroa do abacaxi foi submetida a processos de lavagem com água quente.
Depois o material passou pelo processo de secagem e foi colocado no reator para carbonatação, para produção do carvão ativado. O reator utilizado foi o do Laboratório de Carvão Ativado, do Centro de Tecnologia, no campus I, em João Pessoa.
O carvão ativado foi criado pelos inventores Ellen Santos, Ysrael Oliveira; Leanderson Lemos; Josevan Silva; Flávio Honorato da Silva; Angela Queiroz; e Emerson Freitas Jaguaribe.
Segundo a concluinte de Engenharia Química Ellen Santos, a ideia de produzir um carvão ativado com matéria-prima nativa foi uma opção econômica. “A gente produzia e já utilizava nos experimentos”, conta.
A estudante acrescenta que outro intuito da equipe foi agregar valor, pois a coroa do abacaxi é um resíduo geralmente sem destinação adequada, descartado ou usado como adubo.