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Três novas espécies de rãs são descobertas por pesquisadores da UFPB

Anfíbios foram identificados na Mata Atlântica e Cerrado brasileiros

Por Redação T5 Publicado em
Pesquisadores da UFPB descobrem tres novas especies de ras
Foto: Leandro Alves

Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) descobriram três novas espécies de rãs no Brasil. As espécies Leptodactylus barrioiLeptodactylus watu e Leptodactylus kilombo foram identificadas na Mata Atlântica do Sudeste e no Cerrado da região central brasileira.

As rãs da espécie Leptodactylus barrioi foram encontradas em diferentes localidades do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O nome dessa espécie é uma homenagem ao especialista em anfíbios e répteis, o argentino Avelino Barrio, pelas contribuições científicas ao gênero Leptodactylus.

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Por sua vez, a coleta da espécie Leptodactylus watu foi realizada durante a investigação da fauna de anfíbios e répteis do Parque Estadual do Rio Doce, em Minas GeraisA comunidade indígena Borún, que habita a região onde a rã desse tipo foi descoberta, denomina o Rio Doce como "Watu". Por isso, o nome dado ao animal.

Já a espécie Leptodactylus kilombo foi encontrada no sudeste e na parte central do estado do Tocantins, no Norte do país. Os especialistas a registraram no município de Arraias, local próximo à comunidade quilombola Chapada dos Negros. Depois, nomearam a rã em homenagem ao quilombo.

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O estudo “Unraveling the species diversity and relationships in the Leptodactylus mystaceus complex (Anura: Leptodactylidae), with the description of three new Brazilian species” também conta com especialistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

De acordo com o pesquisador da UFPB, Leandro Alves da Silva, o Brasil abriga a maior diversidade de anfíbios no mundo, com 1.130 espécies registradas até o momento. A Colômbia, que aparece em segundo lugar na lista, tem aproximadamente 700 espécies catalogadas.

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“Embora a ‘descoberta de espécies novas’ provoque comoção, o fato é que a diversidade de anfíbios do Brasil encontra-se severamente subestimada. Novas espécies são descritas todos os anos. Mas há outras que podem levar bastante tempo até receberem um nome formal pelos cientistas. Existem muitas áreas ao longo do país que, antes de qualquer pesquisador ir, ‘um trator já passou e fez o seu serviço’", alerta Leandro.

O pesquisador da UFPB afirma que, após as análises com os três tipos de rãs, descobriu-se que existiam diferenças categóricas entre os grupos, além de serem distintos das demais espécies já conhecidas pelos cientistas.

“Assim, batemos o martelo: eram espécies novas à ciência! Nesse caso, os indivíduos, de cada uma das três espécies novas, foram depositados nas coleções e passaram a integrar o que chamamos de “série tipo”, que nada mais é do que o conjunto de espécimes que representarão formalmente cada uma das espécies”, explica Leandro.

Segundo o pesquisador da UFPB, duas das espécies novas ocorrem exclusivamente na Mata Atlântica do sudeste do Brasil, enquanto a terceira é conhecida atualmente apenas no Cerrado do centro do país. Para que elas recebessem proteção legal, precisaram ser descritas com nomes formais. Leandro destaca a necessidade de se proteger a fauna e a flora e incentivo à ciência no país.

“Existe uma urgência cada vez maior para revelarmos a real dimensão da biodiversidade brasileira. É preciso subsidiar pesquisas. É urgente empoderar órgãos de fiscalização. O atual cenário do país, infelizmente, não tem sido favorável. Precisamos pensar qual o modelo de país queremos seguir. Poderemos não resistir aos danos que serão gerados pela destruição da natureza”, adverte o pesquisador.

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