Sistema de abastecimento de água com inteligência artificial é criado na PB
Software controla pressão nas tubulações das redes de distribuição em tempo real, diminuindo o desperdício
Programa é capaz de reduzir perdas de água em até 30%. A economia com energia elétrica pode chegar a 40%. Na imagem, a tela principal do piloto do aplicativo. Foto:Divulgação/ LENHS/UFPB
Um software com inteligência artificial para operação otimizada de sistemas urbanos de abastecimento de água foi criado por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
No programa são empregadas redes neurais e lógica fuzzy (ou lógica difusa), para gerenciamento, em tempo real. Segundo o projeto, isso possibilita reduzir as perdas de água e o consumo energético por meio da redução das pressões excessivas nos sistemas de abastecimento.
De acordo com um dos inventores, o pesquisador Heber Gomes, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UFPB, as elevadas pressões nas tubulações aumentam os vazamentos e provocam gastos desnecessários nos sistemas de bombeamento que fornecem água às redes.
Registrado pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), o sistema supervisório foi desenvolvido por meio da plataforma "labview" (acrônimo para Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench), uma linguagem de programação gráfica originária da National Instruments, uma companhia americana.
Heber Gomes comenta que algumas empresas do setor de distribuição de água, no Brasil e no mundo, já utilizam sistemas de controle operacional, mas não com o emprego de inteligência artificial. O benefício é a diminuição do desperdício. “Essas reduções das perdas de água poderão variar entre 10% e 30%, enquanto a economia de energia proporcionada poderá chegar a 40%”, informa Heber Gomes.
O laboratório é fruto de um convênio entra a UFPB e a Eletrobras para a criação de um centro de excelência em eficiência energética no Brasil. “Como consequência, dentre os oito laboratórios criados no Brasil, pela Eletrobras, o da UFPB possui uma produção científica e tecnológica superior aos sete juntos”, ressalta.
Heber adianta que já há aplicações promissoras para o programa desenvolvido por eles. Segundo o pesquisador, há um convênio com a Cagepa (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba) para aplicação dessa ferramenta em sistemas de distribuição de água no estado.
Além do Heber Gomes, participaram do desenvolvimento do sistema os pesquisadores Simplício Arnaud da Silva, Moisés Meneses, Emânuel Barros Filho, José Kleber de Oliveira, Kenny Henriques, Laís Salvino e Renato de Sousa.
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