"A gente não nasce mãe, aprende a ser"
No Dia das Mães, comemorado neste domingo (10), o Portal T5 conta a história da cabeleireira Letícia Guimarães.
Vou me tornando mãe conforme cada fase dos meus filhos vai surgindo. É um exercício diário. Não há receita de bolo e nem manual de instrução.
Foto: Arquivo PessoalA fala foi descrita por Letícia Guimarães, 35 anos, sobre a pressão social e a rotina da maternidade na juventude.
Natural de São Paulo, ela é mãe de quatro filhos e vive em João Pessoa há cinco anos. “Eu não escolhi ser mãe, apenas fui. Engravidei cedo, sou de uma família pobre e não tinha muitas perspectivas de vida. Não tinha o sonho de entrar em uma faculdade, mesmo tendo concluído o ensino médio. Lembro que a minha preocupação era apenas arrumar qualquer trabalho que pudesse ajudar a minha mãe, que criou três filhos sozinha”, relatou durante entrevista ao Portal T5, no Dia das Mães, celebrado neste domingo (10).
De acordo com dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma forte correlação entre questões socioeconômicas e a gravidez precoce. O levantamento ainda aponta que a cada dez jovens, entre 15 a 19 anos, sete são negras.
Letícia faz parte dessa realidade. Ela conta como enfrentou o preconceito durante a gravidez da primeira filha aos 19 anos, os julgamentos e as dificuldades da juventude. “Me posicionei. Decidi que iria criá-la e que ela não teria que passar pelo o que eu passei e nem ouvir as coisas que eu ouvi. Nesse momento, percebi que a minha postura mudou. Eu sabia que em breve teria alguém para cuidar e defender”, declarou à reportagem.
Letícia e a primeira filha, Lívia Guimarães. Foto: Arquivo Pessoal“Acredito que o cuidado estético da mulher negra, passa de geração para geração. A gente se cuidando, porque é a nossa forma de demonstrar amor”, declarou.