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Em nota, médicas relatam como foi o atendimento à criança de 3 anos que morreu na PB

Nessa segunda-feira (27), os pais da menina acusaram o hospital de ter negado receber a criança por conta da carência do plano de saúde.

Por Redação T5 Publicado em
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A médica Dra. Aretuza Torres explicou por meio de nota o que houve no dia que Alice, de 3 anos, foi encaminhada ao Hospital João Paulo II. Ela estava de plantão na unidade e afirmou que a criança foi encaminhada com hipótese diagnóstica de Meningite. Nessa segunda-feira (27), os pais da menina acusaram o hospital de ter negado receber a criança por conta da carência do plano de saúde.

"Na chegada ao plantão, a recepção me encaminhou uma ligação da assistente social da UPA Oceania sobre uma possível remoção de paciente para a pediatria. Nesse contato, a médica assistente da Unidade, afirmou que uma criança coberta plano Smile, tinha dado entrada com episódio de convulsão (primeira da vida), não febril, naquele momento estável, ativa e reativa, e após realização de Hemograma havia hipótese diagnóstica de Meningite", disse.

"Considerando os dados clínicos e a informação sobre o plano de saúde, informados pela médica assistente, cumpri todo protocolo de confirmações com o setor clínico do Hospital, ao qual eu respondo e confirmei que poderíamos receber a paciente na Unidade Hospitalar, bem como avisei a equipe do Pronto Atendimento que receberíamos uma suspeita de meningite", afirmou.

"Ao realizar as confirmações com a recepção, fui surpreendida pela informação de que a menor estava em carência para internação hospitalar, portanto, não seria mais transferida para o Hospital João Paulo II. Fui informada que mesmo após a negativa do Plano de saúde, a criança havia chegado de ambulância e estava acompanhada dos pais, da médica assistente da UPA e uma enfermeira", pontuou.

De acordo com a médica, o estado de saúde de Alice era estável e que ela estava "respirando espontaneamente, aparentemente dormindo", declarou. "Naquele momento, alguém da equipe me chamou solicitando que fosse informado ao pai que não era permitido filmar. Sugeri que a médica assistente tentasse transferi-la para o HU – Hospital Universitário, hospital de referência para doenças infecto contagiosas, vaga conseguida pela própria médica da UPA", afirmou.

Ela disse ainda que a ambulância que estava com a criança permaneceu na unidade por pouco tempo. "Reforço, que a menor estava acompanhada pela médica assistente e enfermeira responsáveis pelo seu atendimento desde o início, tendo a ambulância permanecido no local durante o curto período de sua permanência no Hospital João Paulo II tendo sido removida na mesma para o HU", declarou.

"Após a transferência da menor para o Hospital de referência busquei notícias sobre seu estado clínico, tendo sido informada que após a realização de todos exames foi diagnosticada com uma Má Formação artério-venosa no cérebro, com indicação de neurocirurgia realizada  no Hospital de Trauma, e lamentavelmente veio a falecer, quase uma semana após o ocorrido", disse.

A médica da UPA Oceania, Myrelle S Carvalho, também se manifestou e por meio de nota: "É importante ressaltar que o diálogo entre mim e a plantonista do Hospital João Paulo II se limitou as questões clínicas da paciente, partindo do princípio de que as questões burocráticas, relacionadas a transferência, são resolvidas por setores administrativos.

Ela afirmou ainda que acompanhou a mãe de Alice da UPA até o hospital. Chegando lá, foram informados sobre a carência para internações eletivas e que o quadro clínico da criança não se enquadrava em emergência. Em seguida, foram ao Hospital Universitário.

De acordo com Myrelle, um exame de imagem constatou que Alice estava com um quadro de hemorragia subcranoide e a suspeita de meningite foi descartada. Logo após, a criança foi encaminhada ao Hospital de Emergência e Trauma.

Myrelle garantiu ainda que, durante todo o processo de deslocamento, a equipe forneceu todos os cuidados e Alice não ficou sem atenção médica.

Em entrevista ao Portal T5, João Alberto, diretor de fiscalizações do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) afirmou nessa segunda-feira que foi aberto um processo de investigação para apurar a denúncia feita pelos familiares de Alice.

“Não posso adiantar detalhes. Mas, o processo já está na corregedoria sendo apurado pelo CRM”, afirmou João Alberto.

Também em contato com o Portal T5, a família pediu que a situação não fique impune. “A gente está nessa para que outras famílias não passem por isso. Alice não foi a única, mas eu quero que ela seja a última”, desabafou a mãe.

Leandro, padrasto de Alice, disse que a unidade privada de saúde não deu qualquer informação sobre a possibilidade de fazer o procedimento fora do convênio médico, o que poderia ter salvado a criança. “Faríamos tudo que fosse possível, para que Alice tivesse mais essa chance de lutar”, disse.

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