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“O pior de tudo é a solidão”, relata paraibana de 76 anos sobre recuperação da Covid-19

Percentual de pacientes curados é de 26% na Paraíba.

Por Redação T5 Publicado em
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Ivone Velloso, de 76 anos, curada da Covid-19. Ivone Velloso, de 76 anos, curada da Covid-19.

“Eu tô muito feliz em estar de volta! Agradeço muito a todos os ‘doutores’. Desejo que eles continuem tratando os velhinhos com muito amor e dando toda a atenção que a gente precisa”, é o que diz Ivone Velloso, de 76 anos, após se recuperar da Covid-19.

A paciente ficou sete dias internada no Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, após testar positivo para a doença. Na última segunda-feira (21), ela recebeu alta médica e retornou à Associação Promocional do Ancião Dr. João Meira de Menezes (Aspan), onde vive.

Dona Ivone descreve a parte mais difícil para ela durante o tratamento: “O pior de tudo é a tristeza que a gente enfrenta por causa da solidão”. E finaliza pedindo: “Quero que vocês se cuidem porque a doença não é boa”.

Alexandre Ítalo, de 34 anos, enfermeiro curado do novo coronavírus. João Lima Junior, de 55 anos, durante tratamento para a Covid-19, no Hospital Clementino Fraga. Foto: Arquivo pessoal.

O boletim epidemiológico divulgado pela SES na última terça-feira (21), aponta que os profissionais de saúde representam 17,11% do total de casos confirmados no estado. Entre eles, João Lima Junior, de 55 anos, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

À reportagem, o profissional detalhou como enfrentou a doença. “Dois dias antes de ter os sintomas, eu havia tomado vacina da Influenza e achei que era apenas reação a isso. Entretanto, tive piora e os meus colegas de trabalho me alertaram”, disse. “Embora protegido e tomando todos os cuidados, tive contato com pessoas contaminadas, dentro do Samu e na rua também”, afirmou.

João, que sempre atuou na linha de frente, de repente percebeu que estava no lado oposto, sendo paciente e precisando de cuidados. “Fui atendido por equipes do Samu. Não tenho como agradecer a todos os médicos que cuidaram de mim. São realmente heróis”, declarou.

“O desconforto respiratório foi o pior para mim. Fui encaminhado ao Clementino Fraga, onde fiquei nove dias internado, sendo quatro, necessitado de oxigênio”, disse.

Ele afirmou ainda que o emocional ficou abalado e só conseguiu recuperá-lo após receber alta e chegar em casa. “Eu chorava todos os dias. Foi angustiante ficar isolado, sem poder ver ninguém, com saudade das pessoas e lembrando que tem gente morrendo por causa dessa doença, sendo enterradas sem direito a velório. É muito triste”, contou.

“Aconselho que quem puder, fique em casa e siga todas as recomendações. Costumo dizer que quem circula não é o vírus. Quem circula são as pessoas”, finalizou.



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