Governadores do NE vão continuar adotando medidas de prevenção e criticam "posicionamento agressivo" de Bolsonaro
Durante discurso na noite dessa terça-feira (24), Bolsonaro criticou alguns estados por suspenderem as atividades que não são consideradas essenciais a fim de evitar a proliferação do Covid-19.
Os governadores do Nordeste se manifestaram, através de uma carta conjunta nesta quarta-feira (25), sobre os procedimentos que serão adotados diante da pandemia do Coronavírus, após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro.
Durante discurso na noite dessa terça-feira (24), Bolsonaro criticou alguns estados por suspenderem as atividades que não são consideradas essenciais a fim de evitar a proliferação do Covid-19, prática que segue a recomendação de especialistas, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na carta, os governadores afirmaram frustração com o "posicionamento agressivo" do presidente e que ele "deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil".
Confira a carta na íntegra
Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós governadores do Nordeste pactuamos:
1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilibro;
2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;
3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;
4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise;
5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;
6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;
7 – Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.
Assinam esta carta:
Rui Costa
Governador da Bahia
Renan Filho
Governador de Alagoas
Camilo Santana
Governador do Ceará
Flávio Dino
Governador do Maranhão
João Azevedo
Governador da Paraíba
Paulo Câmara
Governador de Pernambuco
Wellington Dias
Governador do Piauí
Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte
Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe
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