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Surto da doença

Paraibana que vive na Itália diz estar vivendo um horror por conta do coronavírus

Nesta terça-feira (10), o novo coronavírus (Sars-CoV-2) já havia chegado a 109 países somente neste mês de março.

Por Redação T5 Publicado em
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Foto: Reprodução/Késia Toso

A paraibana Kesia Monteiro Toso mora na Itália há 12 anos e vive em Sirmione, que fica na província de Brescia, localizada a 112km de Codogno, uma das regiões afetadas pelo coronavírus. No final de fevereiro, ela contou ao Portal T5, que no início do surto houve certo pânico, por conta da falta de informação.

“No início houve pânico, mas acredito que era pela escassez de informação. Num momento era um vírus que estava adoecendo pessoas na China e em pouco tempo, estava aqui na Itália. O governo agiu muito rapidamente em informar os cidadãos e isolar as áreas mais atingidas. Foi muito rápida a intervenção do governo. Isso ajudou a tranquilizar a população”, contou na época.

Agora, a situação é completamente diferente. “As coisas mudaram completamente desde que falei com a reportagem. Tudo está complicado aqui...hoje usei a máscara pela primeira vez, surreal! Digamos que de quinta feira pra cá, a situação deu uma virada pra pior. O sentimento é e choque, de surpresa...”, revelou ao Portal T5 nesta quarta-feira (11).

Kesia explicou que o comércio foi totalmente afetado pelo surto da doença. “Eu trabalho no bar de um restaurante, o comércio está fechando! Os bares e restaurantes que, pelo decreto, deviam fechar só após as 18h, decidiram não abrir nem durante o dia. Graças a Deus, os supermercados continuam sendo abastecidos, postos de gasolina, farmácias...Esses serviços estão garantidos. Mas as pessoas se assustaram quando saiu o último decreto, definindo a Itália inteira como zona vermelha. Houve uma invasão absurda aos supermercados durante a noite, o presidente pedindo que não aglomerassem os lugares, mas o medo falou mais alto”, revelou.

Em meio ao pânico, a orientação é que as pessoas fiquem em casa para se proteger. E surge a esperança de que os dias ruins terminem. “As pessoas finalmente entenderam que o único modo de sobreviver a essa crise é ficando em casa. Saindo o mínimo possível. Eu me ofereci para fazer supermercado para a minha sogra, que é idosa e mais algumas pessoas próximas, para evitar que haja mais pessoas pelas ruas. É isso o que estamos fazendo, evitando sair. Hoje eu usei a máscara pela primeira vez, o sentimento é de incredulidade. Há 10 dias isso era uma possibilidade tão distante, estávamos apenas na zona amarela. Hoje usamos máscaras para ir ao supermercado... acho que a ficha vai caindo aos poucos”, ponderou.

A paraibana disse ao Portal T5 que viajou para a Inglaterra na semana passada e que notou o esvaziamento nos aeroportos e nas ruas. “Eu viajei pra Inglaterra na quinta. Havia pouquíssima gente no aeroporto, o avião quase vazio. Nunca vi isso antes! Tenho família lá e como as crianças estão em casa ainda, fui. Mas no sábado saiu o decreto blindando a Lombardia, ficamos com muito medo de não conseguir entrar. Conseguimos, mas até o último momento, o medo de cancelarem o voo era grande”, explicou.

Vivendo esse momento difícil na Itália, Kesia faz um alerta. “É importante que as pessoas aí no Brasil saibam que esse vírus não é uma coisa simples. Pelo que o presidente Bolsonaro andou falando, ele não está levando a sério. E é precisa levar, o contágio é muito rápido”, destacou.

Coronavírus

Nesta terça-feira (10), o novo coronavírus (Sars-CoV-2) já havia chegado a 109 países somente neste mês de março. O vírus começou a aparecer em dezembro de 2019, segundo o primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 21 de janeiro.

No Brasil, há 893 casos suspeitos, com 34 casos confirmados. Outros 780 casos foram descartados. Conforme o Ministério da Saúde, 5 pacientes estão hospitalizados.

Na Paraíba, sete casos suspeitos estão sendo investigados. Os pacientes suspeitos na capital são três idosos e uma criança e estão em isolamento domiciliar. Eles têm 6, 65, 72, 74 e 80 anos, são residentes em João Pessoa com histórico de viagem para os EUA, com exceção do paciente de 74 anos, que fez viagem recente para a Europa.

Já os pacientes monitorados em Campina Grande têm 37 e 72 anos. Um deles tem histórico de viagem para Europa e outro para os EUA. Um deles está em isolamento domiciliar e o outro em observação na UPA do bairro Alto Branco.

Até o momento, 6 casos já foram descartados na Paraíba. Nenhum caso confirmado.



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