"Desejo que as nossas vozes ecoem", diz historiadora paraibana sobre dificuldades enfrentadas por mulheres na sociedade
De acordo com os dados do Anuário Brasileiro da Violência do ano passado, o número de feminicídios na Paraíba aumentou aproximadamente 53% entre 2017 e 2018.
“Cada mulher tem as suas especificidades”, afirma a historiadora Juliana Lima, de 26 anos. No Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8), a professora paraibana relembra a importância da reflexão sobre os progressos e desafios enfrentados na sociedade.
De acordo com os dados do Anuário Brasileiro da Violência do ano passado, o número de feminicídios na Paraíba aumentou aproximadamente 53% entre 2017 e 2018. Conforme o estudo, essa violência em razão do gênero é a principal causa da morte de mulheres no estado. Juliana Lima explica que práticas machistas corroboram para esse cenário. “Vivemos em uma sociedade misógina e sexista que incentiva o comportamento de superioridade masculina e as suas atitudes opressoras e discriminatórias”, declarou.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad), a taxa de desemprego entre as mulheres negras é de 16,6%, o que indica o dobro da registrada entre homens brancos, que é de 8,3%. Ainda conforme o levantamento, essa estatística também é maior do que a taxa de mulheres brancas desempregadas, que é de 11%.
Foto: Arquivo PessoalEla relembra ainda que mesmo com muitas conquistas de direitos civis e políticos, as mulheres ainda trilham um longo caminho contra o machismo e o preconceito na sociedade. "Às vezes me pergunto quando se tornou difícil ser mulher e logo percebo que sempre foi", afirmou.
"O nosso posicionamento é questionável, eu não me sinto segura andando na rua, o meu cabelo ainda é alvo de piada racista, a nossa voz é apontada sem o direito de diálogo, a roupa que escolhemos usar não é respeitada, acreditam que o corpo da mulher é convite, a maneira que devemos nos comportar ainda é imposta. Eu desejo que as nossas vozes ecoem para que nenhuma mulher seja silenciada", pontuou.