João Pessoa registra mais de 57 mil demissões e tem pior saldo de empregos da PB
No Sertão do estado, o município de Sousa anotou o melhor resultado, com saldo positivo de 2,5 mil novas vagas
João Pessoa perdeu mais de 57 mil postos de trabalho em 2019, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). De acordo com o levantamento solicitado pelo Portal T5, a capital paraibana teve o maior número de pessoas demitidas de empregos formais e registrou o pior saldo do estado.
O Caged mede o número de vagas de trabalho registradas pelas cidades. O saldo é referente à comparação entre o número de admissões e demissões.
Atrás de João Pessoa (-57.170) os municípios que registraram a maior perda de cargos foram: Campina Grande (-26.008), Santa Rita (-6.119), Cabelo (-4.664) e Patos (-3.219).
Por outro lado, a capital paraibana também teve mais admitidos no mesmo período, quando o Caged registrou 56.194 novas vagas de emprego. No entanto, o número de vagas abertas não superou o índice de demissões, que deixou a cidade com o pior saldo no estado, com negativo de 976 vagas de trabalho.
Entre todos os municípios paraibanos, o melhor índice foi registrado no Sertão. Sousa anotou o saldo positivo de 2,5 mil novas vagas de trabalho formais porque empregou 4,8 mil pessoas e demitiu 2,2 mil. Entre as cidades que mais empregaram estão: Campina Grande (26.292), Santa Rita (6.230), Cabedelo (5.017) e Sousa (4.832).
O relatório ainda anotou que as cidades de Curral Velho, Olivedos, Riachão, Parari, São Sebastião do Umbuzeiro, Joca Claudino não registraram nenhuma demissão.
Na Paraíba, somados os dados dos municípios, o estado teve índice favorável em 2019. No total, foram 127 mil demissões e 133 mil admissões, com o saldo positivo de 6 mil cargos.
Enviaram o relatório 216 municípios da Paraíba:
- 74 municípios tiveram saldo negativo de vagas de trabalho formais;
- 131 tiveram saldo positivo, entre eles Campina Grande, Sousa, Cabedelo, Alhandra, Catolé do Rocha;
- 11 municípios ficaram com o saldo zerado;
Trabalho informal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana que 53,1% das fontes de renda registradas na Paraíba são consideradas informais. O número analisou os empregos sem carteira assinada, empregador sem CNPJ e trabalhador doméstico ou familiar auxiliar.
Com a volta da moda das pochetes e viseiras no carnaval neste ano, Aglair da Silva garante a fonte de renda nas ruas do Centro de João Pessoa. O comerciante de 33 anos já teve a carteira assinada em um trabalho formal com direitos garantidos por lei, mas foi em São Paulo, quando migrou para tentar melhorar de vida.
Anos depois de volta à Paraíba, nunca conseguiu entrar em uma empresa. "Conseguir trabalho é difícil aqui", disse. O comerciante acredita que se sentiria mais seguro em um emprego formal. "Com carteira assinada é outra coisa. Dá mais estabilidade, mais confiança", afirmou.
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