Exposição retrata força e história de quilombo paraibano, em JP
O quilombo de Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande, é retratado nas fotografias de Allan Luna e Helder Oliveira
“A narrativa visual, que costura as imagens do Kipupa e de Caiana, nos faz refletir sobre a alegria, a autoestima e a força da identidade e ancestralidade da cultura negra, em um constante lutar e resistir.
A música, a dança, as relações que se constroem são aqui registradas por ambos os artistas e em ambos os lugares de memória. Uma verdadeira dança de um povo, cheia de equilíbrio, força, delicadeza e musicalidade, sobre a qual se sustenta um enorme senso de comunidade e pertencimento”, frisa o curador da exposição Thayroni Arruda.
Quilombo Caiana dos Crioulos - Neste trabalho, podem ser vistas imagens capturadas na mais importante Comunidade Quilombola da Paraíba, Caiana dos Crioulos, com área de mais de seiscentos e quarenta e seis hectares, situada nas serras da zona rural da cidade de Alagoa Grande.
O quilombo chegou a alcançar cerca de dois mil habitantes, descendentes diretos de cidadãos africanos escravizados, que se instalaram por lá entre os séculos XVII e XIX.
A suposição é que tenham vindo de Mamanguape, após uma rebelião ocorrida em um navio negreiro que aportou em Baía da Traição nesse período.
Sobre seu surgimento, também há versões diversas: alguns afirmam que escravizados fugitivos de engenhos na cidade de Areia o compuseram; há ainda relações que remontam à dinâmica populacional de Palmares. Na ocasião do ensaio fotográfico,estava sendo festejado o dia 20 de novembro de 2006, momento em que a consciência negra é celebrada com muita música, dança, mística e calor.
Entre os inúmeros mestres da cultura popular oriundos deste celeiro, destacam-se: Firmo Santino, Zé Teó, João Teó, Vital, José Alves da Cruz “Zuza” (banda cabaçal); Dona Edith, Cida de Caiana (coco de roda e ciranda); Maria Narcisa da Silva, Dona Edith (parteiras).
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