CRM-PB pode realizar interdição médica em hospital público após homem ameaçar paciente de 12 anos
Conforme o órgão, a ameaça a paciente aconteceu porque ela fez um exame antes da filha do agressor.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) forneceu um prazo de 48h, contabilizando a partir desta terça-feira (6), para que o Hospital Infantil Arlinda Marques forneça um policiamento adequado para garantir a segurança dos profissionais e pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica. Caso não haja cumprimento, há possibilidade de interdição ética médica do setor.
De acordo com o CRM-PB, a medida foi decretada depois que o pai de uma criança de seis anos que estava internada afirmou que, caso a filha morresse, ele mataria uma paciente de 12 anos que também estava internada na UTI.
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Conforme o CRM-PB, o caso aconteceu na última sexta-feira (2). Durante as ameaças, o homem teria quebrado dois vidros e ficou ferido.
“Recebemos a denúncia através de uma das pediatras da UTI. Ela informou que estão todos muito preocupados. A criança, filha do homem que ameaçou as pessoas, está em estado grave, de difícil reversão. Também conversamos com a mãe da criança que foi diretamente ameaçada, ela está muito abalada com o que pode acontecer. A ameaça a esta paciente aconteceu porque ela fez um exame antes da filha do agressor”, informou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa.
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“É importante lembrar que as interdições éticas realizadas pelo CRM-PB impedem, exclusivamente, o médico de atender nas unidades de saúde. A medida tem o objetivo de preservar a dignidade do atendimento médico à população e a segurança do ato médico”, ressaltou João Alberto.
Confira a nota da Secretaria de Estado da Saúde
Sobre fato ocorrido no ultimo dia 02 de Agosto, quando um pai de uma paciente interna quebrou equipamentos e parte da estrutura da UTI do Complexo de Pediatria Arlinda Marques, em João Pessoa, a Secretaria de Estado da Saúde e o Hospital Arlinda Marques são sensíveis à gravidade de saúde da criança e ao momento difícil que a família enfrenta.
A paciente R.M.S, 6 anos, é portadora de uma cardiopatia congênita grave, diagnosticada como inoperável desde setembro de 2018 e foi internada ha 34 dias, resultado do agravamento do seu quadro geral de saúde. O exame citado pelo pai como motivação para o fato está previsto para auxiliar a elucidar outras condições e complementar a evolução do quadro clínico, no entanto, sem interferência na conduta atual.
O Arlinda Marques reforça que existe uma diretriz dentro da Unidade de Saúde para o acompanhamento de pacientes graves e de longa permanência com uma equipe multiprofissional composta por psicólogos e assistentes sociais para auxiliar às famílias nos casos mais graves.
Sobre a Orientação do Conselho Regional de Medicina, o Hospital está aderindo uma ata para contratação de segurança privada, reforçando a equipe de apoio de segurança patrimonial já existente em toda a Rede Hospitalar Estadual.
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