Suspeitos de matar auditor fiscal são levados para o presídio do Róger
A decisão foi informada após audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (27), no Fórum Criminal da capital.
Os três suspeitos de participação na morte do auditor fiscal Paulo Germano Teixeira de Carvalho, incluindo o filho adotivo da vítima, serão encaminhados para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o presídio do Róger, em João Pessoa. A decisão foi informada após audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (27), no 2o Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da capital.
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O crime, segundo a polícia, teria sido planejado pelo filho adotivo. De acordo com o delegado Hugo Hélder, titular da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios), a morte foi articulada para que o filho adotivo herdasse os bens da família. Ainda conforme o delegado, o crime se assemelha ao caso famoso no Brasil em que Suzane von Richthofen articulou a morte dos pais, em outubro de 2002.
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“O grande objetivo dele, a motivação do crime, foi justamente a herança. Ele, na verdade, não se contentava com o que o pai lhe dava, que já era muito, como apartamentos, casas e com a liberdade de agir dentro do comércio. Ele, na tentativa de ficar com todo patrimônio do pai, tentou contra a vida do auditor”, disse.
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Suspeito planejou mais mortes
De acordo com o delegado, o suspeito teria planos de matar outros membros da família. “Isso foi dito de forma clara e objetiva pelo Diego. Ele falou que se tudo desse certo, e caso não fossem descobertos, ele voltaria e implementaria o segundo plano que seria matar a irmã e também uma terceira pessoa que praticava pequenos furtos na área do comércio deles”, relatou.
A polícia apurou ainda que o suspeito havia tentado matar o pai há cerca de dois meses. “Ele chamou a pessoa que foi a intermediária e o contratou para que arranjasse uma pessoa para executar o pai”, acrescentou.
Família indignada
Paula Teixeira, filha do auditor fiscal, revelou indignação com o irmão adotivo. “Desde o início eu sabia que estava correndo risco, tanto por herança quanto por queima de arquivo, por que ele sabia que eu ia descobrir tudo. Ele já tinha encomendado a minha morte. Ele achou que seria o crime perfeito. Quando passasse dois ou três meses, a vítima seria eu”, disse.
Paula revelou que na mesma semana da morte do seu pai, o suspeito teria apresentado um inventário com a relação de bens da família. O rapaz também teria falsificado assinaturas do pai e vendeu bens. “Na mesma semana da morte do meu pai, ele foi no cartório fazer um inventário amigável. Ele já me mostrou a planilha com tudo que meu pai tinha, achando que ia me enganar”, acrescentou.
Ela conta que não perdoa o irmão adotivo. “Eu tenho ódio de Paulo Rodrigo. Eu não o perdoo nunca. Ele destruiu a minha vida. Ele matou o meu pai por ganância. Levou de mim a pessoa que eu mais amava. Ele tinha ódio da minha relação com o meu pai. Ele é um monstro. Foi abandonado pela mãe biológica. Ela o rejeitou desde o ventre, por que sabia que ele era o demônio”, esclareceu.