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Justiça da Paraíba sofre com defeitos em estrutura de prédios e ausência de quase 850 servidores

​Se comumente a ​Justiça tarda na conclusão de processos, a exposição do déficit pode ajudar a compreender o atraso nos desfechos jurídicos.

Por Redação T5 Publicado em
Mobiliario Forum
Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa. Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa. Foto: Divulgação/ TJPB

Dados da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB), apresentados nesta semana, revelaram o déficit de 848 profissionais em comarcas do estado. O índice da falta de servidores chega a prejudicar 72 cidades sem juízes, 28 comarcas sem assessores e centenas de pendências em processos.

Se comumente a Justiça tarda na conclusão de processos, a exposição do déficit no quadro da instituição pode ajudar a compreender o atraso nos desfechos jurídicos e os efeitos na sociedade.

"A população precisa observar o dia-a-dia do juiz para ver que a maioria deles trabalha em uma estrutura precária, por isso dar conta da alta demanda é mais complicado. A maior parte dos Fóruns está com graves problemas estruturais, além disso, falta mão de obra", disse o 1º vice-presidente da AMPB, juiz Max Nunes de França.

O relatório apresentado à imprensa ainda mencionou a falta de estrutura física adequada, ausência de segurança, dificuldades de acesso à internet e quantidade insuficiente de força de trabalho estão entre as principais queixas dos juízes.

Uma das reclamações foi a falta de investimentos no 1º grau da instituição. "Hoje são destinados mais recursos para o 2º grau de jurisdição, enquanto que o 1º grau precisa de mais investimentos. Além disso, o TJPB precisa avaliar sua estrutura de funcionamento, conhecer as necessidades de seus juízes e suas comarcas", afirmou a juíza Maria Aparecida Sarmento Gadelha, presidente da associação.

Estrutura elétrica do TJPB apresentada pelo MPT em 2018.

Portal T5 solicitou resposta do Tribunal de Justiça sobre as questões levantadas pela AMPB e sobre as obras da estrutura do prédio na capital, mas a assessoria informou que os questionamento seriam esclarecidos apenas em coletiva de imprensa, às 11h.

SITUAÇÃO GERAL DO JUDICIÁRIO NA PARAÍBA 

- 28 comarcas sem assessor de juiz;

- 72 cidades atingidas pela falta de magistrados;

- Déficit de 48 juízes;

- Déficit de cerca de 800 servidores;

- TJPB com 19 desembargadores com nove assessores de alta remuneração (cerca de 10 mil reais);

- 254 juízes no 1º grau com um ou dois assessores com remuneração de cerca de 2 mil.

PRINCIPAIS QUEIXAS RELATADAS POR JUÍZES NAS COMARCAS:

Patos: problemas com infraestrutura e falta de segurança;

Sousa: problemas estruturais e burocráticos;

Cajazeiras: dificuldade em substituição de juízes;

Monteiro: insuficiência de recursos humanos, internet precária, falta de segurança e assessores;

Aroeiras: falta de estrutura física e segurança;

Queimadas: acúmulo de processos, quantidade insuficiente de assessores;

Gurinhém: relato de compra de material de expediente feita pelo próprio magistrado;

Itabaiana: número insuficiente de servidores;

Ingá: problemas estruturais no Fórum;

Guarabira: restruturação das unidades judiciárias, readequação do segundo grau ao primeiro e falta de segurança;

Sapé: número insuficiente de servidores no cartório;

Pocinhos: falta de segurança, internet precária e atraso na digitalização de processos;

Picuí: possui apenas um servidor para seis mil processos;

Cuité: falta de manutenção da unidade e de assessores de juiz;

Cabedelo: falta de segurança no Fórum.



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