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ORGULHO GAY

Em sete anos, Paraíba registrou 117 mortes de pessoas da comunidade LGBTQI+

55% dos crimes aconteceram em João Pessoa, aponta levantamento

Por Redação T5 Publicado em
Lgbt

A fim de lutar contra a homofobia e promover o reconhecimento dos direitos dos homossexuais, é celebrado no dia 25 de março, no Brasil, o dia do orgulho gay ou orgulho LGBTQI+. (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras identidades que represente o indivíduo.)

Na Paraíba, entre 2011 e 2018, foram identificadas 117 mortes de pessoas LGBTQI+. Os dados são da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH). No ano passado, foram registradas 13 mortes de pessoas LGBTQI+ vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Aproximadamente 55% dos crimes aconteceram em João Pessoa.

Durante uma festa de revéillon deste ano, na cidade de Baía da Traição, Litoral Norte do Estado, um jovem de 22 anos foi vítima de uma tentativa de homicídio e ficou paraplégico. De acordo com a Polícia Civil, que já prendeu dois suspeitos de cometer o crime, a causa foi homofobia.

O delegado responsável pelas investigações, Walter Brandão, declarou: "Ficou caracterizada a motivação homofóbica deste crime tentado de homicídio. A vítima foi ferida a tiros somente pelo fato de ser homossexual.”

O designer gráfico, Mike Fonseca, de 28 anos, é homossexual e vive com o parceiro há 7 anos. Ele contou as dificuldades que enfrentou no processo de auto aceitação. “Existe um preconceito que está na gente, a gente se culpa e é a pior fase. Eu quase entrei em depressão, foi mais difícil me assumir pra mim mesmo do que para a minha família. Foi mais fácil lidar com o preconceito externo quando eu me entendi e estava certo de quem eu era.”, afirmou.

Mike ressaltou a importância de combater o preconceito. “O preconceito ainda não acabou, é necessário participar de movimentos sociais, se empoderar, conhecer o que é ser LGBT e entender a causa. As pessoas não sabem o que é sofrer sendo LGBT, a gente (comunidade LGBT) tem função social de educar para que as pessoas aprendam a respeitar.”, disse.

Ele falou ainda sobre o orgulho da sua sexualidade. “Não é orgulho de ser LGBT, é orgulho de viver enquanto LGBT, de sobreviver a uma sociedade que nos massacra e está o tempo todo tentando desestruturar nossa forma de ser. A gente tem um estigma carregado por séculos.”, destacou.



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