Exclusivo: Portal T5 mostra a cela onde está detido o empresário Roberto Santiago
O comandante do Primeiro Batalhão da Polícia Militar abriu as portas da unidade para mostrar as instalações.
Visualizar esta foto no Instagram.Uma publicação compartilhada por Portal T5 (@portalt5) em 26 de Mar, 2019 às 10:33 PDT
O comandante do 1o Batalhão da Polícia Militar, coronel Lucas, que ontem (25) negou que um aparelho de ar-condicionado tenha sido instalado na cela em que está o empresário Roberto Santiago, abriu as portas da unidade para mostrar as instalações.
Na tarde desta terça-feira (26), a equipe do Portal T5 teve acesso ao espaço. Para que o repórter pudesse entrar no local, o empresário foi retirado da cela e acomodado em outro ambiente do batalhão. A matéria completa será exibida no Tambaú Notícias, da TV Tambaú, às 19h20.
+ Entenda tudo sobre a prisão de Roberto Santiago na 3ª fase da Operação Xeque-Mate
O empresário está dividindo a sala com mais um preso. Na cela há duas camas. Ele está acomodado na primeira, forrada com um lençol branco. Ao lado da cama havia uma bolsa com roupas, um par de sandálias e um cinto. Duas garrafas térmicas e uma Bíblia compõem o cenário. A equipe do Portal T5 passou cerca de 10 minutos no local, pequeno e quente, medindo aproximadamente 2mx6m.
Na parede há uma pilha de livros, mas não foi informado à reportagem a quem pertence. Havia dois aparelhos ventiladores.
Fora da cela há um banheiro de uso comum entre os detidos.
Esclarecimento
O coronel Lucas lamentou que o deputado Walber Virgolino tenha publicado em suas redes sociais a informação de que um aparelho ar-condicionado havia sido instalado na cela onde o empresário está acomodado.
“Todos tomaram conhecimento dessa postagem equivocada. Já foi explicado. Nçao houve de forma nenhuma. Não pode acontecer isso. O ar-condicionado, na verdade, foi instalado no pavimento superior, na sala do Proerd. Nós mostramos o ambiente para dirimir qualquer dúvida”, disse ao Portal T5.
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XEQUE-MATE
A Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) cumpriram nesta sexta-feira (22), em João Pessoa, vários mandados de busca e apreensão de bens e documentos, além da prisão do empresário Roberto Santiago, na terceira fase da Operação Xeque-Mate.
Roberto Santiago é um das personalidades mais conhecidas no meio empresarial da capital paraibana, proprietário de uma rede de shopping centers com os dois maiores centros de compra da cidade: o Manaíra Shopping e o Mangabeira Shopping.
Ele foi detido em sua mansão no bairro do Bessa, nas primeiras horas da manhã. Agentes da PF e do Gaeco chegaram ao local para levá-lo, assim como recolher documentos. Buscas também foram feitas no escritório do empresário, localizado em Manaíra.
Na operação, o Gaeco e a PF também cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de Lavanério Queiroz Duarte Júnior, Severino Medeiros Ramos Filho, Mykel Alexandre Filgueira, Mário Sérgio Lopez, Fabrício Magno de Melo Silva e Cláudio Monteiro Costa, além da sede da empresa Light Engenharia, em Campina Grande.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Justiça Estadual de Cabedelo, e além da Paraíba, foram cumpridos em duas cidades do Rio Grande do Norte - Parnamirim e Mossoró.
Por que Roberto Santiago foi preso?
De acordo com a Polícia Federal e o MPPB, Roberto Santiago é apontado como membro do “núcleo financeiro” da organização criminosa que operava desvios de verba pública no município de Cabedelo, na Grande João Pessoa.
O empresário é acusado, por exemplo, de comprar em 2013 o mandato do então prefeito de Cabedelo, Luceninha, que renunciou ao cargo. Quem naturalmente assumiu na ocasião foi Leto Viana, então vice-prefeito.
Leto continuou no comando da prefeitura até 2016, quando se candidatou à reeleição e foi escolhido pela população para ficar à frente da administração da cidade por mais quatro anos.
Porém, em abril de 2018 a primeira fase da Xeque-Mate foi deflagrada. A partir dela, ele acabou preso, sendo apontado como líder da tal organização criminosa que dominava o município. Vice-prefeito, presidente da Câmara Municipal e outros diversos vereadores que tinham mandato na época também acabaram presos.
Acredita-se que uma das intenções de Roberto Santiago ao envolver-se com o grupo criminoso, inclusive com a suposta compra de parlamentares do município, seria barrar a construção de um shopping center na cidade, cujo projeto de para autorização circulava na Câmara.
Coletiva de imprensa detalha o caso
Em coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta sexta na Superintendência da Polícia Federal, em Cabedelo, a PF e o Gaeco deram detalhes sobre a terceira fase da Operação Xeque-Mate e a prisão de Roberto Santiago.
Segundo delegados e promotores que coordenaram a operação, a ação realizada durante o dia é, como já se sabe, apenas um desdobramento da operação que começou no ano passado, e tem relação com mais uma denúncia de corrupção envolvendo o nome do empresário
“A gente tem que lembrar que ele já foi objeto de duas denúncias. Então aqui é apenas o desdobramento de uma operação que iniciou no ano passado. Seguindo as investigações feitas pela PF, já se contabilizam hoje quatro denúncias, e essa muito provavelmente será a quinta. Ele faz parte do núcleo financeiro de uma organização criminosa que existia até então na cidade de Cabedelo”, explicou o promotor Rafael Linhares, do MPPB.
Segundo Linhares, a última denúncia à qual fez referência comprova que Roberto Santiago negociava contratos ilícitos em processos licitatórios na Prefeitura de Cabedelo, controlando a empresa vencedora. Conforme as investigações, os valores envolvidos nos contratos superam os R$ 42 milhões.
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