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Crime no Futebol

Operação Cartola: CBF afasta quatro árbitros paraibanos que estão sob investigação

Trabalho de investigação da Polícia Civil em parceria com o Ministério Público da Paraíba é extenso; mais de 80 pessoas compõem a lista de investigados

Por Redação T5 Publicado em
Federacao futebol operacao DDF

Após os desdobramentos da Operação Cartola, deflagrada neste mês e que visa investigar a existência de uma organização criminosa formada por líderes do futebol na Paraíba, quatro árbitros paraibanos foram impedidos de apitar partidas organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão é da própria entidade e pode ser mantida até que a investigação seja concluída.

Relembre o caso

Entre os investigados na Operação Cartola estão dirigentes dos maiores clubes da Paraíba, árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e diretores de órgãos importantes no esporte do estado.

A operação foi deflagrada na madrugada desta segunda-feira (9) pela Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF-JP) e o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

Documentos relacionados às supostas fraudes foram apreendidos em João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras.

Entenda o caso 

O objetivo é apurar os crimes cometidos por uma organização composta por membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD-PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional do Estado da Paraíba.

De acordo com a DDF, as investigações se estenderam por mais de seis meses. Nesse período,foi possível identificar a existência de dois núcleos principais, com aproximadamente 80 membros identificados, sendo o primeiro - liderança - formado por membros da FPF, CEAF e Dirigentes de clubes de futebol profissional.

Ao todo foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras. O cumprimento dos mandados contou com a atuação de 230 policiais civis de diversas cidades da Paraíba.

“Este núcleo (cartola) é responsável pelas decisões mais importantes relacionadas ao meio do futebol Paraibano e conta com uma sofisticada rede de proteção/ elevado grau de articulação institucional”, explicou o delegado Lucas Sá, em nota. O segundo núcleo identificado é formado por membros executores ligados à CEAF (arbitragem), funcionários da FPF e de clubes de futebol, que atuam segundo a direção/determinação do núcleo principal.

Conforme a nota enviada pela DDF-JP, “entre as principais condutas investigadas, destacamos a manipulação de resultados de campeonatos de futebol, adulteração de documentos, interferência em decisões da Justiça Desportiva (TJD) e desvio de valores oriundos de partidas de futebol profissional”.

“Em face do sigilo das investigações, os detalhes sobre o modo de atuação dos investigados, individualização das condutas e demais características da presente organização só poderão ser divulgados posteriormente, após a conclusão da fase investigativa e análise de todo o material apreendido”, explicou o delegado titular da DDF-JP.

“Ressaltamos que o desenvolvimento da Operação Cartola contou com o apoio fundamental de testemunhas dos fatos, com conhecimento detalhado das condutas praticadas, além do trabalho das equipes de monitoramento e vigilância da Polícia Civil, que analisaram centenas de documentos e realizaram diversas diligências durante os 06 meses de investigações. Outro aspecto importante a ser destacado está na competente e fundamental atuação da Justiça Criminal paraibana, através da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, que analisou e deferiu as medidas cautelares relacionadas à operação”, relatou Lucas Sá.

Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, manipulação de resultados (crimes do Estatuto do Torcedor) e por outras condutas sob apuração.

A equipe de reportagem do Portal T5 conversou por telefone com a assessoria de imprensa do órgão, que disse ter sido pega de surpresa pela operação. "Ainda não temos informações, vamos aguardar. O presidente da Federação viajou nesta madrugada para o Rio de Janeiro e o assessor jurídico está na África", disse Geraldo Varela.



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