"Crime bárbaro e cruel", diz delegado sobre mãe e filho que viviam em cárcere privado
A polícia soube do caso após receber uma denúncia da própria vítima por um telefone arremessado por uma vizinha.
“Eu não tenho
como sair daqui, não tenho chave”, disse. “Minha filha não é
registrada. Ele (marido) falou ontem e eu tive medo que ele tivesse
desconfiado. Ultimamente ele não tem batido em mim, mas, acho que é
pela desconfiança de que alguém tivesse denunciado” acrescentou
com “eu tô ficando sem paciência. Não posso sair em nenhum
momento”, completou. Essas são palavras ditas por uma professora de 29 anos mantida em cárcere privado com sua filha, na cidade de
São Bento, no Sertão da Paraíba.
O suspeito pelo crime, um homem de 58 anos, foi preso sob suspeita de manter sua esposa e a filha em privação da liberdade. Estima-se que a ação acontecida há 5 anos.
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A polícia soube do caso após receber uma denúncia da própria vítima. De acordo com os agentes, uma vizinha teria jogado o aparelho celular dentro o imóvel onde a mulher estava com sua filha, de apenas dois anos. Ela também informou que a filha nasceu durante o cárcere e por isso não têm registro de nascimento.
O delegado Sílvio Rabelo classificou o crime como "bárbaro e cruel" e disse que a situação era desumana e degradante. "A gente não sabe nem como elas conseguiram sobreviver, pois passavam fome, eram ameaçadas e agredidas. Os próprios vizinhos escutavam gritos, choros de criança, barulho das agressões e isso foi se tornando mais contundente de uns dias para cá, foi quando uma das vizinhas arremessou o celular e ela fez a denúncia", contou ao programa Tambaú da Gente, da TV Tambaú/SBT.
O suspeito
O homem trabalhava em uma empresa de materiais de construção. Ele vai ser autuado por cárcere privado e já foi encaminhado para Penitenciária de Catolé do Rocha, também no Sertão do estado.
Ao ser interrogado ele negou que mantinha a mulher e a filha em cárcere privado. O homem também informou que a esposa tinha liberdade para ir e vir.