Justiça do Trabalho concede liminar e suspende interdição do IPC em JP
O espaço havia sido interditado na semana passada por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT-PB)
A Justiça do Trabalho concedeu uma liminar, nesta terça-feira (13), suspendendo por 120 dias a suspensão dos serviços no Instituto de Polícia Científica da Paraíba. O espaço havia sido interditado na semana passada por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT-PB)
Na decisão, a juíza titular do trabalho, Herminegilda Leite Machado, estabeleceu um prazo para que o Governo do Estado cumpra as normas de segurança e saúde. Com a decisão, os serviços voltarão a funcionar normalmente.
"A concessão da liminar em nada exaure a pretensão do requerente, pois não se está a declarar a nulidade do ato administrativo, mas apenas a suspender os seus efeitos por um prazo a seguir fixado", diz o documento.
Ao Portal T5, o diretor geral do IPC Israel Aureliano diz que é importante que eles estejam trabalhando no prédio, já que isso não impede de serem realizadas as reformas e adequações previstas.
"Então pra gente, estar aqui dentro é mais conveniente do que como estávamos, mas desde que fique bem claro que as reformas sejam feitas. Até porque a liminar não exime o Estado desta responsabilidade, apenas dá um prazo, que, entendo eu, é mais justo com a população, para atender à demanda que existe", explica.
Relembre o caso:
A interdição aconteceu na última terça-feira (06) por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT). A medida foi tomada após a constatação de diversas irregularidades na sede do órgão durante fiscalização e denúncia feita pelo Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado da Paraíba (Sindiperitos-PB).
Foram encontradas os seguintes pontos:
- Risco iminente de incêndios, de acidentes de trabalho e de contaminação para profissionais e usuários dos serviços.
- Garagem improvisada como sala de espera para idoso e pacientes com câncer no setor de emissão de carteiras de identidade.
- Ossadas e cadáveres expostos (presença de moscas)
- Rabecões quebrados expostos
- Vísceras mal acondicionadas.
- Esgoto a céu aberto
- Líquidos cadavéricos, sangue e outras substâncias contaminadas escorrendo pelo local de trabalho
- Peritos, médicos e outros profissionais de saúde realizam necrópsia de cadávares sem utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), inalando gases e outras substâncias tóxicas.
- Funcionários e terceirizados expostos a vários tipos de doenças
- Prédio sem gerador de energia: na falta de luz, câmaras descongelam e líquidos dos corpos escorrem pelo local;
- Câmeras frigoríficas sem manutenção adequada;
- Materiais biológicos armazenados em potes de margarina;
- Extintores irregulares ou vencidos;
- Laboratório de balística com várias irregularidades (falta de higiene, de EPI's, peritos expostos ao chumbo e outros materiais tóxicos, coletes à prova de bala vencidos, cabine de tiro inadequada)
- Presença de escorpiões em alojamentos;
- Várias irregularidades no Laboratório de DNA com riscos de comprometimento das perícias. Relato até da presença de ratos.