Empresária desaparece com cerca de R$ 1 milhão e universitários podem ficar sem formatura
O que era para ser um sonho está prestes a se tornar um pesadelo para sete turmas de cursos universitários de João Pessoa-PB.
O que era para ser um sonho está prestes a se tornar um pesadelo para sete turmas de cursos universitários de João Pessoa-PB. É que a empresa contratada por eles para realizar as festas de formatura está "indisponível". Sem contato com a proprietária, os formandos prestaram queixa na Central de Polícia da cidade por acreditarem que a empresária sumiu com os valores investidos por eles. O montante, segundo análise dos estudantes, pode somar mais de R$ 1 milhão.
Para piorar, todas as contas das redes sociais da empresa foram apagadas e os formandos estão sem contato com a suspeita desde a última quinta-feira (7). Os funcionários também foram surpreendidos ao chegaram para trabalhar e perceberem que as fechaduras haviam sido trocadas.
Um dos eventos organizados pela empresa está previsto para ser realizado na próxima segunda-feira (18). Se confirmada não realização do evento, a proprietária da empresa poderá responder por crime de estelionato, que de acordo com o Código Penal define-se como “obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio”.
Caso de Polícia - A delegada da Polícia Civil, Vanderleia Gadi, afirmou que manteve contato com uma funcionária do local, que revelou que ao chegar no estabelecimento para trabalhar não conseguiu abrir as portas com a sua chave, o que indica uma possível troca de fechaduras durante o final de semana.
Vanderleia explicou ainda que apesar do comportamento da dona ser bastante suspeito, o ato ainda não se caracteriza totalmente como fraude, já que o evento ainda tem a probabilidade de acontecer, e a casa de festas em que ele seria realizado informou que o pagamento da reserva pode ser feito até no próprio dia.
"Os estudantes temem que sejam vítimas de um calote, mas é importante deixar claro que, até o momento, nenhuma turma está no prejuízo porque nenhuma festa deixou de acontecer. Vamos esperar até segunda-feira, quando há uma festa marcada, para tomar uma posição. Se a festa acontecer, bom para os alunos. Se não acontecer, abriremos o inquérito", explicou.
Nesta terça-feira (12), uma estudante de jornalismo de uma faculdade particular lamentou toda a situação. “Minha turma já tinha praticamente quitado a formatura que custa R$ 35 mil, faltavam apenas 4 mil. Nós tivemos problemas em relação ao contato com a secretária da empresa”, completou.
+ Empresa de eventos é suspeita de praticar golpe contra alunos de faculdade particular
Como forma de precaução, esses estudantes iniciaram uma “vaquinha on-line” para arrecadar recursos e tentar realizar a festa. Eles esperam conseguir R$ 40 mil. Na postagem que circula nas redes sociais, o apelo é enfático:
“Gente, minha turma foi vítima de um golpe. A empresa que
contratamos para a formatura simplesmente sumiu. Ninguém sabe o
paradeiro da dona. Não só a minha turma mas muitas outras estão
sem saber o que fazer. Muito dinheiro investido e agora provavelmente
não iremos ter a tão sonhada formatura, a qual investimos com tanto
sacrifício. Se alguém puder ajudar, nós agradecemos!”, diz o
comunicado da turma.
A turma de Direito da FPB 2017.2 também decidiu fazer a arrecadação online. O apelo é semelhante ao dos futuros jornalistas:
"Olá, pessoal! Estamos aqui tentando arrecadar um valor para fazer nossa festa de formatura, pois pagamos tudo para a empresa Waltisa Eventos e até o momento ela não pagou nada e desapareceu. Pedimos qualquer valor de contribuição, e ultrapassando o nosso valor estimado, o resto será revertido para doação! #osonhocontinua"
Ensaio fotográfico de graça
Um dos fornecedores se dispôs a realizar um ensaio de forma gratuita para os formandos. Na nota, a empresa diz que "se compadece com a tristeza de um sonho interrompido e coloca à disposição das turmas que não tiveram suas formaturas realizadas toda sua equipe de fotografia para realização de ensaio em estúdio, com intuito de diminuir o sentimento de perda desses grupos".