Alta do Ibovespa e queda do dólar: o cenário econômico explicado por Cris Atalla
Os próximos movimentos do mercado dependerão das decisões do Fed nos EUA e das políticas do Banco Central brasileiro
Na última semana, o mercado financeiro brasileiro foi impactado por uma combinação de fatores externos e internos que geraram uma série de reações positivas, refletidas em uma alta de 2,6% no Ibovespa e na desvalorização do dólar. A especialista Cris Atalla, sócia-fundadora da Fatto Capital, explicou os principais efeitos desses acontecimentos durante a coluna "Investindo de Fatto".
Nos Estados Unidos, a manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) foi um dos principais fatores. A expectativa de um ciclo de queda nas taxas de juros, com uma possível redução de 0,25% na próxima reunião, melhorou o cenário global.
Indicadores positivos no mercado de trabalho e consumo sugerem um "pouso suave" na economia norte-americana, afastando temores de uma recessão severa.
Para o Brasil, a potencial redução nas taxas de juros nos EUA diminui a atratividade da renda fixa naquele país, redirecionando capitais para mercados emergentes, como o brasileiro. Isso ajudou na queda do dólar e no impulso do desempenho da Bolsa de Valores.
Outro destaque foi a elevação da posição do Brasil no índice MSCI, que mede o desempenho das bolsas de mercados emergentes. Com essa mudança, grandes fundos de investimento aumentaram sua exposição a papéis brasileiros, beneficiando a bolsa e reforçando a tendência de queda do dólar.
Internamente, a postura do Banco Central brasileiro também foi positiva. O indicado para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição está comprometida em controlar a inflação, mesmo que isso exija um aumento nas taxas de juros.
Essa firmeza foi bem recebida pelo mercado. A Cris Atalla, sócia-fundadora da Fatto Capital, comentou que esse compromisso do Banco Central reforça a confiança dos investidores, afastando temores de políticas mais flexíveis que poderiam prejudicar o controle inflacionário.
No campo dos investimentos, a previdência privada foi discutida como uma opção importante, mas não exclusiva, para a aposentadoria. Especialistas, incluindo Atalla, alertaram sobre a necessidade de diversificação e cuidado na escolha dos fundos de previdência, destacando que muitos apresentam rendimentos abaixo do CDI devido a altas taxas de administração.
Por fim, Attala recomendou um planejamento sucessório bem estruturado, diante das discussões sobre alterações tributárias em heranças e doações. Alternativas como a criação de holdings ou a antecipação de doações foram sugeridas para mitigar o impacto da tributação.
Os próximos movimentos do mercado dependerão das decisões do Fed nos EUA e das políticas do Banco Central brasileiro.
A coluna Investindo de Fatto vai ao ar todas as terças-feiras às 7h, na 102.5 FM, no YouTube da Jovem Pan João Pessoa