Mercado tem segunda-feira sangrenta e expectativa por dados da economia americana
Cris Atalla analisou cenário das bolsas do mercado global e possibilidade de corte na taxa de juros dos Estados Unidos.
Na edição desta segunda-feira (12) da coluna "Investindo de Fato", que vai ao ar na Rádio Jovem Pan João Pessoa, a especialista Cris Atalla analisou a turbulência que afetou os mercados globais. O início da semana foi marcado por uma queda generalizada no mercado, tanto no Brasil quanto no exterior e foi classificado pela investidora como "segunda-feira sangrenta".
A movimentação, segundo a especialista, ainda é resultado da decisão do Banco Central do Japão de aumentar as taxas de juros, um movimento que pegou o mercado de surpresa e provocou uma onda de vendas em ativos de risco.
Cris Atalla destacou que, apesar da turbulência, o Brasil conseguiu se manter relativamente estável em comparação com outros mercados internacionais. No entanto, a volatilidade permanece alta, e os investidores estão atentos a qualquer sinal que possa influenciar a trajetória das taxas de juros.
“Tivemos queda generalizada não só no Brasil, mas no mundo. A gente até conseguiu cair menos que a bolsa no exterior. Foi o que chamamos de segunda-feira sangrenta nos mercados, principalmente motivada pela taxa de juros do Japão, que chegou a ter circuit breaker e o Mercado Central chegou a dizer que não faria novos aumentos na taxa de juros”, afirmou.
A especialista ressaltou também a expectativa do mercado para divulgação de dados do governo americano sobre o indíces de preços ao consumidor (IPC) de julho, que serão disponibilizados na próxima quarta-feira (14). Os números podem fornecer pistas sobre a direção futura das taxas de juros.
“Tudo isso vai dar pistas para a gente sobre o início do corte da taxa de juros dos Estados Unidos e de que tamanho ela será”, disse.
As previsões apontam para uma ligeira queda na inflação anual subjacente, para 3,2%, o menor valor desde abril de 2021. Os futuros dos fundos do Fed implicam uma chance de 49% de um corte de meio ponto na taxa em setembro, refletindo a incerteza do mercado sobre a política monetária.
“Isso é extremamente importante para o mercado para continuidade da política monetária. O governo Lula tem batido bastante no Campos Neto. O galipolo é indicado pelo Lula. O temor inicial do mercado seria de que, se ele assumisse, diminuiria a taxa de juros e haveria um problema na inflação”, completou.
Enquanto isso, no Brasil, a expectativa é de que Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, seja indicado para substituir Roberto Campos Neto na presidência da autarquia. Galípolo tem sido um defensor das decisões recentes do Copom e não descartou a possibilidade de novas subidas de juros se as condições econômicas o exigirem. @crisatalla