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Conclave: como funciona o ritual centenário que escolherá o sucessor do Papa Francisco

O período que se inicia após a morte ou renúncia de um Papa é conhecido como Sé Vacante

Por Carlos Rocha Publicado em
Padre igreja catolica apostolica romana vaticano
Conclave: como funciona o ritual centenário que escolherá o sucessor do Papa Francisco (Foto: Ideogram)
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Com o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica Apostólica Romana se prepara para um dos seus mais antigos e emblemáticos ritos: o conclave, cerimônia fechada e marcada por regras rígidas, tradição e simbolismos. É nesse momento que os cardeais eleitores se reúnem, isolados do mundo exterior, para decidir quem será o próximo líder da Igreja Católica.

O período que se inicia após a morte ou renúncia de um Papa é conhecido como Sé Vacante. Durante essa fase, a condução dos assuntos do Vaticano fica sob responsabilidade do Colégio de Cardeais e do Camerlengo, enquanto se organizam os preparativos para o conclave. As reuniões iniciais, chamadas de congregações gerais, são conduzidas pelo decano Giovanni Battista Re, e nelas são definidos os prazos e detalhes do processo.

A eleição ocorre na Capela Sistina, local onde os cardeais, com menos de 80 anos, permanecem em total isolamento. Durante o conclave, não há acesso a telefone, internet, TV ou qualquer outro meio de comunicação. Eles se hospedam na Casa de Santa Marta, igualmente trancada, e só saem quando a escolha for concluída.

O processo tem início com a missa "Pro eligendo Pontifice", na Basílica de São Pedro. Depois, os cardeais caminham em procissão até a Capela Sistina, entoando cantos como o “Veni, Creator Spiritus” e a Ladainha de Todos os Santos, pedindo a inspiração divina para a escolha do novo Pontífice. Já dentro da capela, diante da pintura do Juízo Final, de Michelangelo, fazem um juramento de sigilo absoluto, válido para toda a vida, sob pena de excomunhão.

Em seguida, é dada a ordem “Extra omnes” (“todos para fora”), e apenas os cardeais votantes e funcionários essenciais permanecem. Até 120 cardeais podem participar da votação, e o eleito precisa obter, obrigatoriamente, dois terços dos votos válidos.

As votações ocorrem em turnos: duas pela manhã e duas à tarde. Se não houver resultado após três dias, há uma pausa para oração e reflexão, com retomada posterior do processo. Cada voto é escrito à mão com a frase "Eligo in Summum Pontificem" (Elejo o Sumo Pontífice) e depositado diante do altar. As cédulas são costuradas e, posteriormente, queimadas. A cor da fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina sinaliza o resultado: preta, se não houve eleição; branca, quando um novo Papa é escolhido.

Após a escolha, o cardeal eleito é questionado sobre sua aceitação e qual nome adotará como Pontífice. O anúncio oficial é feito da sacada da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

O conclave, retratado recentemente no filme Conclave, indicado ao Oscar e dirigido por Edward Berger, mistura espiritualidade, segredo e tradição. O longa, estrelado por Ralph Fiennes, dramatiza os bastidores dessa eleição histórica, que, mesmo após séculos, mantém seu caráter sagrado e reservado na escolha do novo chefe da Igreja.



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