O que são NFTs e para que servem?

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O mercado de ativos digitais mudou muito com a popularidade das criptomoedas. Com elas, novas tecnologias e produtos chegaram, atraindo muitos brasileiros. Um novo conceito que vem chamando a atenção é o NFT. A sigla vem do inglês Non-Fungible Tokens, que traduzido seria Tokens Não Fungíveis.
Eles abrem um leque de possibilidades no mercado digital, permitindo a compra, venda e troca de itens exclusivos. Antes mesmo de entender suas funcionalidades, basta olhar para o volume de negociações para notar o aumento do interesse. Segundo dados da empresa de análise Chainalysis, as transações relacionadas a NFTs ultrapassaram a casa dos bilhões de dólares em 2022.
No Brasil, o interesse por ativos digitais não se restringe apenas a moedas como o Bitcoin. A popularidade de jogos play-to-earn (P2E), artes digitais tokenizadas e colecionáveis esportivos indica que a tendência dos NFTs deve se fortalecer nos próximos anos. A comunidade de investidores brasileira está de olho na possibilidade de negociar novos ativos e aproveitar as futuras listagens da Binance em mercados de criptomoedas.
O que são NFTs?
Diferentemente de criptomoedas como Bitcoin, que são fungíveis, pois cada unidade é intercambiável e possui o mesmo valor que outra, os NFTs são únicos e não podem ser substituídos por um item idêntico, ou seja, são não fungíveis. Essa característica confere ao bem digital um valor de exclusividade.
Na prática, um NFT funciona como um certificado digital de autenticidade que se apoia na tecnologia blockchain. Ele confirma a propriedade e a originalidade de qualquer tipo de ativo, seja uma obra de arte, item de jogo, música, ingresso de evento ou até mesmo um meme, e registra essas informações em um banco de dados descentralizado.
Essa estrutura garante que o arquivo não possa ser falsificado, tornando cada token irrepetível. Em 2021, houve uma verdadeira explosão no mercado de NFTs, quando obras digitais e colecionáveis foram vendidos por valores altíssimos, chamando a atenção da grande mídia.
O caso mais icônico foi o da obra “Everydays: The First 5000 Days”, de Mike Winkelmann (Beeple), arrematada em um leilão por US$ 69 milhões.
Mercado de NFTs no Brasil
Embora a negociação de NFTs ainda seja incipiente se comparada aos Estados Unidos ou países asiáticos, o Brasil está gradativamente buscando subir degraus. De acordo com uma pesquisa publicada em 2023 pela consultoria KPMG em parceria com a Associação Brasileira de Criptoeconomia, cerca de 5% dos entrevistados que possuem algum tipo de investimento em criptomoedas também têm interesse ou já investiram em NFTs.
Um fator que contribui para esse interesse é o aumento do número de plataformas nacionais focadas na criação, compra e venda de NFTs. Ao contrário de alguns anos atrás, quando havia poucas opções de marketplaces acessíveis em território brasileiro, hoje já existem projetos que envolvem artistas locais, esportes, música e cultura regional.
Isso impulsa a criação de comunidades inteiras em torno de coleções específicas, ajudando a difundir o conceito de posse digital no país. Ainda que o potencial de crescimento seja grande, a regulação, tributação e falta de conhecimento mais aprofundado sobre o tema podem atrasar a adoção em massa.
Para que servem os NFTs?
Apesar de muitos associarem NFTs apenas a obras de arte digitais, a utilidade dos tokens não fungíveis vai muito além. Da mesma forma que pessoas colecionam figurinhas ou cartões de jogadores de futebol, os NFTs podem representar itens digitais exclusivos, como artes, ilustrações e produções de criadores independentes.
Em jogos baseados em blockchain, itens como espadas, roupas ou personagens podem ser NFTs. Dessa forma, o jogador realmente “possui” o item e pode vendê-lo ou trocá-lo livremente em mercados secundários. E alguns festivais e shows já experimentam ingressos em formato NFT, pois isso garante autenticidade e reduz riscos de falsificação.
Tokens também podem atestar a posse de usernames, domains (como os .eth) e outras formas de identidade virtual, facilitando a verificação de perfis em redes sociais ou comunidades. Grandes empresas veem nos NFTs a chance de criar campanhas promocionais interativas, vendendo produtos ou serviços associados a ativos colecionáveis, aproximando o consumidor por meio da exclusividade.
No entanto, embora os NFTs possam ter grande valor, a liquidez ainda depende da demanda do mercado. Como em qualquer investimento, há riscos envolvidos e os preços podem variar drasticamente em curtos períodos de tempo. A liquidez dos NFTs é relativamente baixa.
Após a aquisição de um token não fungível, encontrar um comprador disposto pode não ser demorado. Essa característica aproxima o mercado de NFTs ao de arte tradicional, onde a venda de peças pode levar tempo até que se encontre um interessado.