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Humberto Ortega, irmão de ditador da Nicarágua e crítico ao regime, morre aos 77 anos

A informação foi divulgada pelo Exército nicaraguense, que informou que a causa da morte foi uma parada cardíaca

Por Carlos Rocha Publicado em
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Humberto Ortega, irmão de ditador da Nicarágua e crítico ao regime, morre aos 77 anos

O general Humberto Ortega, irmão do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, faleceu aos 77 anos em um hospital militar na capital, Manágua, nesta segunda-feira (30). A informação foi divulgada pelo Exército nicaraguense, que informou que a causa da morte foi uma parada cardíaca. No domingo (29), as forças armadas já haviam alertado sobre uma "deterioração brusca" do estado de saúde do militar.

Humberto Ortega estava em prisão domiciliar desde maio, após ter realizado uma série de críticas ao regime do irmão em entrevistas, incluindo declarações ao portal argentino Infobae. Ele afirmou que o atual grupo no poder, liderado por Daniel Ortega, 78, e a esposa, Rosario Murillo, 72, deveria "ter consciência do desvio que fez de um processo democrático", rotulando o governo como autoritário, personalista e verticalista.

Em resposta às suas críticas, o ditador utilizou sua máquina repressiva e colocou Humberto sob custódia policial sem acusações formais. A regime instaurou uma unidade de tratamento médico em sua residência, limitando seus deslocamentos. Em um ato público, Daniel Ortega o acusou de "traição à pátria" por ter condecorado um militar dos Estados Unidos em 1992.

Os irmãos Ortega foram figuras centrais no movimento que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza em 1979 e ingressaram na guerrilha ainda durante o ensino médio. Amigos da época relataram que Humberto possuía um destaque maior que o do irmão no início da militância.

Após o triunfo da chamada Revolução Sandinista, Humberto assumiu a fundação de um novo Exército e o comandou, mesmo quando seu irmão foi afastado do poder nas eleições de 1990, que levaram a oposicionista Violeta Chamorro à presidência.

Em nota oficial, o regime reconheceu "a contribuição estratégica do general Ortega como militante sandinista". Os filhos e netos de Humberto expressaram "profundo pesar" pela morte e pediram "respeito à privacidade e ao luto" da família, conforme comunicado reproduzido pelo portal El19Digital, alinhado à ditadura.



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