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Presbítero evangélico aparece em cenas de sexo gay e MP pede investigação

Segundo os primeiros levantamentos, algumas pessoas teriam sido vítimas de alguém que marcou encontros sexuais, posicionou câmeras em locais estratégicos e, posteriormente, expôs os vídeos

Por Carlos Rocha Publicado em
Mascarado vazamento vazou imagens celular intimos
Presbítero aparece em cenas de sexo gay e polícia investiga suposto crime

Desde o dia 23 de julho, vídeos íntimos envolvendo homens de Rio Branco, capital do Acre, têm sido amplamente divulgados em redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens. Segundo os primeiros levantamentos, essas pessoas teriam sido vítimas de alguém que marcou encontros, posicionou câmeras em locais estratégicos e, posteriormente, expôs os vídeos.

Um dos homens envolvidos é um presbítero da Igreja Assembleia de Deus no Acre. Sua imagem foi amplamente divulgada, resultando em seu desligamento da instituição religiosa. O vice-presidente da denominação informou que o pedido de desligamento partiu do próprio presbítero, mas destacou que ele continua frequentando a igreja. "A igreja não vai fugir da sua missão de resgate", afirmou o vice-presidente.

Outro indivíduo afetado é um orientador educacional que leciona administração em Rio Branco. Em entrevista a um portal local, ele expressou indignação e revelou ter registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O orientador desconfia de quem vazou as imagens, mas não possui provas. Ele relatou que a situação abalou profundamente sua vida, principalmente porque o vídeo foi compartilhado em grupos de alunos.

O advogado Felipe Valente, que defende o professor, informou que três boletins de ocorrência foram registrados: um por vazamento indevido de imagens íntimas, outro por uso indevido da imagem por um site de notícias e outro por estarem se passando por ele para vender os vídeos.

Segundo o advogado, o professor não sabia que estava sendo gravado e desconhece quem divulgou os vídeos. Valente, no entanto, não soube explicar como os vídeos foram gravados sem o conhecimento do cliente, já que ele é a única pessoa que aparece em todas as imagens e em diferentes lugares.

Investigação do Ministério Público

No dia 26 de julho, o MP-AC divulgou que requisitou uma investigação contra o vazamento dos vídeos. O pedido foi feito pelo Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e a Promotoria de Justiça Especializada de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania à Delegacia-Geral de Polícia Civil.

A coordenadora-geral do CAV, procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, ressaltou a gravidade do crime e a necessidade de uma resposta rápida para identificar e responsabilizar criminalmente quem vazou os vídeos. Ela destacou que compartilhar, armazenar ou qualquer outro tipo de publicização das imagens também é crime.

A procuradora enfatizou que a exposição de vídeos íntimos causa traumas profundos nas vítimas e as torna alvo de zombaria. "Qualquer sociedade civilizada deveria ter empatia com essas vítimas, que tiveram suas vidas expostas. A responsabilidade não é apenas criminal, mas também civil, e a vítima tem direito a uma indenização," afirmou.

Orientações para Proteção e Ação

  • Segurança de Conteúdos Íntimos:
    • Não envie fotos ou vídeos íntimos para ninguém.
    • Caso envie, tenha confiança na pessoa que receberá o conteúdo.
    • Proteja seus dispositivos com senhas e autenticação dupla.
  • Caso de Vazamento:
    • Procure uma delegacia e registre um boletim de ocorrência.
    • Leve informações como para quem enviou o conteúdo e suspeitas de quem vazou.
  • Recebeu Conteúdo Íntimo? Não Compartilhe:
    • Não compartilhe vídeos ou fotos íntimas de outras pessoas.
    • Apague o conteúdo imediatamente.
  • Consequências Legais:
    • Divulgar ou compartilhar conteúdo íntimo sem consentimento pode levar a uma pena de até cinco anos de prisão.
    • A pena pode ser aumentada se o crime for praticado por alguém com quem a vítima tinha relação íntima ou por motivos de vingança ou humilhação.

O que diz a Lei?

O vazamento de imagens íntimas sem o consentimento das partes envolvidas é crime no Brasil. De acordo com o Código Penal Brasileiro, tal ação é tipificada no artigo 218-C, que prevê:

"Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia:

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio, inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha:

I – cena de estupro ou de estupro de vulnerável;

II – cena de sexo, nudez ou pornografia, sem o consentimento da vítima:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave."

Além disso, o Código Penal também prevê punições para crimes contra a honra, como difamação e injúria, que podem ser aplicados dependendo do contexto e da intenção por trás da divulgação das imagens.

As autoridades policiais de Rio Branco estão investigando os casos para identificar e punir os responsáveis pelo vazamento dos vídeos.



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