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Estudo diz que 81% dos adolescentes têm dois ou mais fatores de risco para doenças crônicas

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi publicada na revista BMC Pediatrics

Por Carlos Rocha Publicado em
Adolescentes conversando
Estudo diz que 81% dos adolescentes têm dois ou mais fatores de risco para doenças crônicas

Um estudo realizado com mais de 120 mil adolescentes brasileiros entre 13 e 17 anos revelou um dado preocupante: cerca de oito em cada dez jovens apresentam pelo menos dois fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), grupo que inclui diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

Pesquisa e Resultados

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi publicada na revista BMC Pediatrics. Utilizando dados da edição de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), os pesquisadores investigaram hábitos de dieta, exercício físico e consumo de drogas entre os adolescentes brasileiros.

Os fatores de risco comportamentais mais prevalentes encontrados foram:

  • Falta de atividade física: 71,5%
  • Ingestão irregular de frutas e vegetais: 58,4%
  • Sedentarismo: 54,1%
  • Consumo regular de guloseimas: 32,9%
  • Consumo de bebidas alcoólicas: 28,1%
  • Consumo regular de refrigerantes: 17,2%
  • Tabagismo: 6,8%

Segundo o estudo, 81,3% dos adolescentes apresentavam dois ou mais desses hábitos nocivos. Outros 14,8% relataram ao menos um fator de risco, enquanto apenas 3,9% não declararam nenhum desses comportamentos.

Grupos Mais Propensos

A análise revelou que adolescentes de 16 e 17 anos, residentes na região Sudeste do Brasil, e aqueles que autoavaliaram sua saúde como ruim ou muito ruim eram mais propensos a apresentar múltiplos fatores de risco comportamental. Em contraste, adolescentes do sexo masculino, pardos e residentes em áreas rurais apresentaram menor probabilidade de ter múltiplos fatores de risco.

Implicações para a Saúde

Os resultados são alarmantes porque comportamentos adquiridos na adolescência tendem a persistir e se agravar na vida adulta. As DCNTs são responsáveis por cerca de 74% de todas as mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Compreender e abordar os comportamentos de risco durante a adolescência são cruciais para melhorar os resultados de saúde a longo prazo e reduzir a carga de doenças na idade adulta", afirmou Alanna Gomes da Silva, pesquisadora na Escola de Enfermagem da UFMG e coautora da pesquisa, em comunicado da universidade.

Necessidade de Ações Proativas

Alanna Gomes da Silva defendeu a necessidade de abordagens dinâmicas e proativas que capacitem os adolescentes a assumir a corresponsabilidade por sua saúde. Ela destacou a importância da implementação de políticas intersetoriais para promover melhores condições de vida e saúde, ressaltando a urgência em abordar esses comportamentos de risco para prevenir futuras complicações de saúde.



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