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Veja o que é o CLT premium que viralizou nas redes

A chamada CLT Premium não é novidade no mundo fora da internet

Por Carlos Rocha Publicado em
Carteira de trabalho
Veja o que é o CLT premium que viralizou nas redes (Foto: Divulgação)

O termo "CLT Premium" tem ganhado popularidade nas redes sociais, referindo-se a empregos que oferecem benefícios além dos direitos básicos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela Constituição Federal. Esses cargos aparecem como uma alternativa ao fenômeno da "pejotização", onde trabalhadores são contratados como pessoas jurídicas, frequentemente sem acesso aos direitos trabalhistas assegurados.

João Vitor Paz de Oliveira, bancário de 22 anos, tornou-se viral no TikTok, com 4 milhões de visualizações ao mostrar os benefícios de seu emprego CLT, incluindo viagens corporativas com despesas pagas, décimo quinto salário, plano de academias e participação nos lucros.

Embora a ideia de CLT Premium possa parecer nova, ela já existe há tempos para uma elite de trabalhadores, conforme explica o advogado trabalhista Leone Pereira. "Empregados de alto escalão, como CEOs e diretores, sempre tiveram isso", destaca Pereira.

A disseminação desse conceito reflete o desejo de uma nova geração de profissionais por melhoria na qualidade de vida e bem-estar, mesmo em posições iniciais. A Constituição Federal e a CLT garantem direitos mínimos, como 13º salário, férias remuneradas, FGTS, seguro-desemprego, licença-maternidade e paternidade, além de proteção contra demissões arbitrárias e negociação coletiva.

"Os empregadores podem oferecer benefícios adicionais, especialmente para atrair os mais jovens que buscam vantagens extras", comenta Pereira.

No entanto, a tendência CLT Premium tem gerado controvérsias. Alguns críticos apontam que as condições exaltadas deveriam ser o básico fornecido pelas empresas. Déia Freitas, apresentadora do podcast Não Inviabilize, é uma dessas vozes críticas. Mesmo tendo presenteado seus cinco funcionários com casas quitadas, ela não se considera provedora de empregos "CLT Premium".

"Não acredito nesse negócio de 'premium'. Quanto mais direitos para o trabalhador, melhor. É o mínimo. Quando se fala em 'premium', parece que é algo a mais", argumenta Freitas.

Ela ressalta que, embora diferentes empreendedores tenham capacidades variadas para oferecer benefícios, isso não deve justificar a falta de direitos básicos. "Não dá para comparar alguém que ganha dinheiro com publicidade na internet com um dono de lanchonete; ele pode não conseguir fazer o que eu fiz. Mas bilionários e bancos têm condições de melhorar a situação de seus funcionários", afirma.

João Altman, diretor de recursos humanos da VR Benefícios, acrescenta que as desigualdades devem ser levadas em conta ao classificar benefícios como básicos ou extras. "Precisamos entender o contexto para não criar uma discussão descolada da realidade do trabalhador brasileiro. Em nossas pesquisas, apenas 18% da base faz home office, mas esse número sobe para 28% quando falamos de classes A e B", explica Altman.

Os dados da VR indicam que, além dos populares vale-alimentação e convênio médico, os benefícios mais procurados incluem incentivos à prática de exercício e saúde mental. A flexibilização dos vales também está em alta, com os cartões multibenefícios sendo os produtos que mais crescem na empresa, segundo Altman.



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