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Catapora pode causar AVC? Entenda caso de atriz mirim britânica

Avy Berry ficou temporariamente paralisada e precisou aprender a falar novamente, disse sua mãe ao jornal The Sun; veja como prevenir a catapora

Por SBT News Publicado em
Avy Berry contraiu catapora e teve AVC quando tinha 6 anos Reproducao
De acordo com o especialista, são mais comuns associações da catapora com encefalite e otite (Foto: Reprodução/Facebook)

Em 2022, com apenas seis anos, a atriz mirim britânica Avy Berry, conhecida por sua participação na série "Hollyoaks" e no filme "Um Lugar Silencioso: Dia Um", sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) meses depois de ter catapora, doença bastante comum na infância. Em entrevista ao jornal inglês The Sun, sua mãe, Fearne Collins, disse que ela ficou temporariamente paralisada e precisou aprender a falar novamente. Qual é relação de AVC e catapora?

Segundo o pediatra Victor Vieira, apesar de ser raro, a catapora facilita a vasculopatia de grandes e pequenos vasos, ou seja, tanto artérias grandes quanto as pequenas inflamam e acabam tendo seu tamanho alterado, o que facilita a incidência de um AVC.

"Por aumentar o estado inflamatório, também facilita a formação de trombos. E, de fato, as complicações acontecem algum tempo após a infecção por catapora: alguns meses ou até um ano depois", explicou

De acordo com o especialista, são mais comuns associações da catapora com encefalite e otite. Ele ressaltou que a predisposição genética também facilita casos de AVC, principalmente em crianças, em que os casos são menos comuns.

No caso de Berry, inicialmente ela teve um ataque isquêmico transitório. Fearne disse ao jornal inglês que descobriu dias depois que a filha tinha tido o acidente, quando percebeu que algo estava errado com Berry. Durante uma madrugada, a criança não acordava e nem mexia um lado do corpo. Depois desse ataque, a atriz ainda teve, de fato, um derrame e precisou fazer uma cirurgia para corrigir o fluxo de sangue do cérebro.

“Ela está tomando altas doses de anticoagulantes, mas o último AVC foi há 18 meses e Avy não teve mais nenhum derrame desde então, o que nos deixa muito felizes”, disse a mãe de Berry ao The Sun

Segundo o Ministério da Saúde, os casos de ataque isquêmico transitório apresentam sintomas semelhantes aos do AVC, como sensação de desmaio, tontura, formigamento e fala arrastada, mas a diferença é que a recuperação completa dura menos de 1 hora, sem deixar lesões permanentes no paciente.

Victor ressalta que, em geral, o ataque isquêmico representa o início do AVC, em que a interrupção do fluxo sanguíneo acontece por mais tempo. Foi o que aconteceu com Avy, quando teve o segundo derrame dias depois.

É possível prevenir a catapora?

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente na rede pública a vacina tetra viral. O imunizante, além de proteger as crianças entre 15 meses e 2 anos de idade do vírus varicela (catapora), previne doenças como o sarampo, caxumba e rubéola.

Essa é a principal forma de prevenção da doença, segundo o Ministério da Saúde.

O que é AVC?

O Acidente Vascular Cerebral ocorre quando a circulação de sangue e de oxigênio no cérebro é interrompida, sendo que há dois tipos:

"O AVC isquêmico acontece quando um coágulo entope o vaso cerebral, e o AVC hemorrágico ocorre quando o vaso se rompe e o sangue extravasa para o cérebro", explica a neurologista vascular Márcia Silva Santos Neiva

As causas são diversas. Segundo a neurologista, a pressão alta é o principal fator, mas não o único. Diabetes, alterações do colesterol, arritmias cardíacas, tabagismo e obesidade também podem levar a um AVC, segundo a médica.

Quando suspeitar que está sendo um AVC?

Para a médica, ao menor sinal de que um AVC pode estar ocorrendo, o paciente deve ser imediatamente levado ao hospital. Neiva enumera os sintomas da doença:

Perda de força ou dormência de um lado do corpo;

Dificuldade para falar;

Alteração no sorriso ('boca torta');

Perda de visão.

A neurologista ainda sugere que se use a palavra "Samu" para identificar um paciente acometido pela doença:

S de sorriso - Pedir para sorrir e veja se a boca está torta;

A de abraço - Pedir para levantar os braços e simular um abraço. Nesse momento, avalie se um dos braços do paciente não se levanta ou tem dificuldade para se movimentar;

M de música - Pedir para tentar cantar uma música ou falar uma frase, e veja se a fala está alterada;

U de urgente - Em caso de alguma alteração, ligue para o Samu ou vá imediatamente para o hospital.



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