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Novo caso de cura provável do HIV é anunciado na Alemanha

O novo caso, apresentado nesta quinta-feira (18), é uma continuação dos avanços que começaram com o paciente de Berlim

Por Carlos Rocha Publicado em
Uma pessoa morreu por minuto em decorrência da Aids em 2021
Novo caso de cura provável do HIV é anunciado na Alemanha (Foto: Reprodução)

Cientistas anunciaram o sétimo caso de cura provável do HIV, envolvendo um homem alemão de 60 anos. Este paciente, que preferiu permanecer anônimo, é o mais recente a ser declarado curado do HIV após receber um transplante de medula óssea. O doador tinha uma mutação genética que confere resistência ao vírus.

O novo caso, apresentado nesta quinta-feira (18), é uma continuação dos avanços que começaram com o paciente de Berlim, Timothy Ray Brown, que foi o primeiro a ser declarado curado em 2008, mas faleceu em 2020 devido a um câncer. O “novo paciente de Berlim” foi diagnosticado com HIV em 2009 e, em 2015, desenvolveu leucemia mieloide aguda (LMA), uma forma agressiva de câncer. Após o transplante de medula óssea, realizado com um doador portador de uma mutação genética resistente ao HIV, o paciente interrompeu o tratamento antirretroviral no final de 2018. Até agora, quase seis anos depois, o vírus não foi detectado novamente em seu organismo, o que sugere que a infecção foi erradicada.

O médico Olaf Penack, do hospital Charité em Berlim, que tratou o paciente, comentou: “Estamos muito satisfeitos que o paciente esteja em boa saúde e indo bem. O fato de ele estar livre de vírus por mais de cinco anos indica que realmente conseguimos erradicar o HIV de seu corpo.”

No entanto, o Christian Gaebler, do Departamento de Doenças Infecciosas do Charité, alertou que o transplante de medula óssea não é uma solução viável para todos os pacientes com HIV devido aos riscos significativos envolvidos. Ele destacou a necessidade de mais pesquisas para compreender quais fatores contribuíram para a erradicação do HIV neste caso, o que pode levar ao desenvolvimento de novas terapias imunológicas ou vacinas.

Os casos anteriores de cura do HIV envolveram pacientes que receberam medula óssea de doadores com duas cópias do gene mutante CCR5, o que os tornava “praticamente imunes” ao HIV. No entanto, o “novo paciente de Berlim” recebeu medula de um doador que possuía apenas uma cópia desse gene, uma situação mais comum e que pode ampliar o número de doadores potenciais. Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional de AIDS, considerou esses resultados promissores para futuras estratégias de cura.

Gaebler observou que o sucesso no caso atual pode não estar diretamente relacionado à mutação do receptor CCR5, mas à capacidade das células imunes transplantadas de eliminar todas as células infectadas pelo HIV. Essa substituição rápida do sistema imunológico pode ter sido crucial para a erradicação do vírus.

Embora o transplante de células-tronco continue a ser um tratamento especializado, a descoberta oferece esperança para novos métodos de tratamento e cura do HIV, ampliando as possibilidades para futuras pesquisas e terapias.



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