Cientista quer implantar em condenados ‘memórias’ dos crimes na perspectiva da vítima
Desenvolvido por Hashem Al-Ghaili, o conceito utiliza um dispositivo semelhante à realidade virtual (VR)
Um cientista apresentou um conceito inovador para uma prisão do futuro que promete acelerar a libertação de criminosos, reduzindo o tempo de reclusão de anos para apenas minutos. O projeto, chamado Cognify, visa implantar memórias sintéticas do crime na mente do detento, mas sob a perspectiva da vítima.
Desenvolvido por Hashem Al-Ghaili, o conceito utiliza um dispositivo semelhante à realidade virtual (VR) que exibe imagens geradas por inteligência artificial (IA). Além disso, um implante cerebral induz estados emocionais como remorso e arrependimento, sentimentos que muitos criminosos não conseguem produzir por conta própria.
Al-Ghaili afirma que o Cognify garantiria os efeitos a longo prazo da sessão de terapia, tornando as memórias permanentes. O sistema também pode provocar uma resposta física, permitindo que o agressor sinta a dor e o sofrimento suportados pela vítima. “Algumas memórias são projetadas para desencadear consequências e traumas”, diz o vídeo conceitual.
O dispositivo inicia mostrando ao prisioneiro memórias de seus crimes, que podem incluir violência doméstica, crimes de ódio, peculato, abuso de informação privilegiada, roubo e fraude. O mapa detalhado das vias neurais do prisioneiro, criado por uma varredura cerebral de alta resolução, permite que o Cognify atinja regiões específicas do cérebro responsáveis pela memória, raciocínio e pensamento lógico.
Conforme os prisioneiros suportam as memórias vívidas de seus crimes, um computador central coleta dados para compreender as motivações criminosas. O projeto também prevê o armazenamento criptografado para informações confidenciais dos prisioneiros e dados de reabilitação.
Al-Ghaili acredita que o Cognify pode revolucionar o sistema de justiça criminal, reduzindo a necessidade de encarceramento a longo prazo e os custos associados. “Ao substituir penas de prisão prolongadas por uma reabilitação breve e intensiva através da implantação de memória artificial, os custos de manutenção das instalações prisionais e de apoio aos reclusos poderiam ser drasticamente reduzidos”, afirma o vídeo conceitual.
Repercussão e Futuro
Atualmente, existem mais de 1,7 milhão de pessoas encarceradas nos EUA. Estudos mostram que a prisão tradicional não impede a reincidência. Com isso em mente, Al-Ghaili propõe um futuro em que os criminosos possam aprender com seus erros de maneira mais eficaz e rápida.
O conceito de uma prisão que induz memórias sintéticas pode parecer futurista, mas levanta questões sobre a ética e a eficácia desse tipo de reabilitação. A proposta certamente abre um novo debate sobre as possibilidades e limites da tecnologia na reabilitação criminal.