HIV: nova pesquisa identifica proteína que pode abrir caminho para a cura
O estudo identificou como vírus escapa da terapia antiviral, entrave hoje para se alcançar a cura
Cientistas da Espanha e do Japão realizaram um estudo internacional que pode trazer esperança para a busca da cura do HIV. Publicado na revista científica Communications Biology, o estudo revelou a existência de uma proteína chamada Schlafen 12 (SLFN12) que está envolvida no mecanismo de latência do vírus. A latência é um estado em que o HIV fica "adormecido" no organismo, dificultando sua eliminação. A descoberta dessa proteína abre um novo caminho para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas visando a erradicação do vírus.
A latência do HIV representa um desafio significativo para a cura, pois as terapias antirretrovirais atuais são eficazes apenas contra o vírus em estado ativo. Quando o tratamento é interrompido, as células com o vírus latente despertam e começam a se replicar novamente, impedindo a cura. A proteína SLFN12 foi identificada como responsável por impedir a reversão do HIV do estado de latência para o estado ativo. Isso significa que bloquear as funções antivirais dessa proteína poderia permitir que o sistema imunológico e os medicamentos antivirais eliminassem os reservatórios virais onde o vírus fica em latência.
Encontrar uma estratégia acessível para a cura do HIV é o principal desafio atualmente. Embora tenham sido registrados casos de remissão do vírus em pacientes que passaram por transplantes de medula óssea de doadores com uma mutação genética que impede a infecção pelo HIV, esse procedimento é arriscado e não é uma opção viável em larga escala.
No entanto, estudos recentes têm explorado outras abordagens, como a terapia de edição genética que visa tanto o HIV quanto o receptor CCR5, utilizado pelo vírus para infectar as células. Essa estratégia mostrou resultados promissores em testes com animais e pode se tornar uma opção mais simples e econômica no futuro.
Os próximos passos incluem testes em primatas não humanos para verificar a eficácia e a segurança dessas novas abordagens. Se os resultados forem positivos, poderão ser realizados estudos em humanos, oferecendo uma possibilidade real de cura para o HIV. A luta contra essa condição continua, e os avanços científicos estão trazendo esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.