Moderna diz que vacina pode ser menos eficaz contra variante ômicron
Executivo se baseia no alto número de mutações no vírus SARS Cov-2; declaração afeta bolsas de valores e mercados pelo mundo
O presidente-executivo do laboratório norte-americano Moderna, Stéphane Bancel, fabricante de uma das vacinas utilizadas contra a Covid-19, se manifestou nesta terça-feira (30) que os atuais imunizantes podem ser menos eficazes contra a variante ômicron, do que contra a delta.
A explicação publicada pelo jornal Financial Times se dá por base a partir da análise de cientistas sobre o alto número de mutações da ômicron na proteína S, conhecida também por spike ou espícula, que age como mecanismo do Sars Cov-2 para entrar nas células humanas.
"Acho que não há mundo onde a eficácia é no mesmo nível que tivemos com a Delta", disse Bancel. O executivo explicou também que os resultados dos testes de eficácia dos imunizantes devem sair em duas semanas.
Com isso, a resistência à vacina pode levar a mais internações, contágio e assim, esticar a pandemia.
Bancel acredita que devido ao grande número de mutações do vírus que age para infectar as células humanas provoque a alteração da produção das vacinas já existentes. Porém, para isso, a fabricação e distribuição de um novo lote eficaz que funcione contra a variante ômicron pode durar meses.
O laboratório BioNTech, da Alemanha, que desenvolveu o imunizante da covid-19 com a Pfizer, fez previsão parecida sobre o cenário para adaptar uma vacina com tecnologia mRNA.
Declaração afeta mercado de ações pelo mundo
A declaração do executivo da Moderna gerou temores em relação à resistência à vacina e derrubou os mercados pelo mundo, com venda de ativos nas bolsas de valores mundiais e a venda de petróleo e dólar.
Os principais mercados de ações na Europa caíram 1,5% nas primeiras negociações. No Japão, o índice Nikkei, da Bolsa de Valores de Tóquio fechou em 1,6%. As negociações futuras do petróleo bruto caíram mais de 3% e o dólar australiano atingiu a menor baixa do ano.
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