Queda de cabelo pós-covid? Como tratar? Especialista explica
Uma das sequelas que mais tem chamado a atenção dos pacientes já curados, principalmente mulheres, é a queda capilar
Mais de 19 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus da Covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia, em março de 2020. Com o avanço da doença em todo o mundo, cientistas e especialistas passaram a estudar o comportamento do vírus, suas variantes, manifestações no organismo e principais sequelas, buscando entender como a doença se comporta nas pessoas de diferentes idades, com ou sem comorbidades e doenças crônicas. Uma das sequelas que mais tem chamado a atenção dos pacientes já curados, principalmente mulheres, é a queda capilar. Carolina Marçon, coordenadora de dermatologia da Care Plus Clinic, esclarece algumas motivações para a sequela e possíveis tratamentos, visando a saúde dos fios a longo prazo.
A Covid-19 tem causado diversas consequências para a população, principalmente no âmbito da saúde mental, devido aos aspectos emocionais decorrentes de todo o cenário pandêmico. “A queda de cabelo pode ser ocasionada por muitos fatores. Diferentes tipos de estresse orgânico, dentre eles, estresse emocional, deficiências nutricionais, alterações hormonais, infecções (incluindo a COVID-19), medicamentos, insônia e mudanças no estilo de vida. O folículo capilar é sensível a essas mudanças no funcionamento do organismo e, com isso, cicla abruptamente da fase de aderência ao bulbo e crescimento, para a fase de queda, o que chamamos de eflúvio telógeno. A COVID-19 tem causado basicamente todos os tipos de estresse citados, assim, estamos vivendo, paralelamente, uma pandemia de queda de cabelo.”, explica Carolina.
Segundo a coordenadora de dermatologia, as vitaminas sintéticas, loções e procedimentos com laser e microagulhamento, realizados em clínicas dermatológicas, podem auxiliar no tratamento da queda. Entretanto, é fundamental que a causa base seja reparada, ou seja, uma boa alimentação, sono regular e reparador, prática de atividades físicas, correção das deficiências e desequilíbrios hormonais, são fundamentais para o sucesso terapêutico. “A alimentação está ligada ao bem-estar de todo organismo, incluindo o emocional. Uma dieta balanceada ajuda a lidar com traumas e demais tipos de estresse, pois o organismo estará munido das vitaminas e nutrientes necessários para seu pleno funcionamento e recuperação. Meditação, ioga, leitura, organização dos períodos de sono e descanso, além da prática de exercícios físicos, também podem ajudar a minimizar os efeitos, fazendo com o que o corpo fique relaxado e menos estressado.”, enfatiza a profissional.
Componentes como ferro, cobre, zinco, entre outras vitaminas, como a B12 e a vitamina D, auxiliam no crescimento saudável do fio e podem atenuar a queda, favorecendo o funcionamento enzimático e hormonal. “A ingestão de água também deve ser prioridade, mantendo o corpo hidratado principalmente nos dias frios, que é quando as pessoas tendem a ingerir menos líquidos. Manter esses hábitos resultam na saúde e fortalecimento dos fios, além dos benefícios para todo o organismo. A consulta com um profissional dermatologista também é imprescindível, pois ele conseguirá analisar as causas e motivos da queda, e realizar o tratamento de forma direcionada e efetiva”, finaliza Marçon.