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Como lidar com o luto? Saiba como pedir ajuda para si e dar apoio a quem precisa

Após um ano da perda, pode ser necessário buscar ajuda profissional

Por Redação T5 Publicado em
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Não existe um tempo certo para o luto: cada pessoa vai passar pela experiência de uma forma. E, de acordo com especialistas ouvidas pela Agência Brasil, nenhuma forma de atravessar este período de acostumar-se com a ausência deve ser julgada. "Há quem se cobre sobre o próprio reequilíbrio e não se julga autorizado a sorrir ou chorar, dependendo da situação", exemplifica  Milena Câmara, psicóloga e pesquisadora que atua no grupo de estudos International Working Group on Death, Dying and Bereavement (Grupo de Trabalho Internacional sobre Morte, o Morrer e o Luto).ebc.png?id=1391974&o=node

Rede de apoio e inspiração

Encontrar olhos e abraços que sejam cúmplices no momento do luto. Grupos de apoio de iniciativas não governamentais e também vinculados à rede pública ajudam a reerguer pessoas que respiravam apenas a dor da perda. Nesses lugares, com atendimento gratuito, enlutados trocam ideias e enxugam as lágrimas uns dos outros. Um dos exemplos é de um grupo organizado no Rio de Janeiro pela assistente social Márcia Torres. É o Amigos Solidários na Dor do Luto (saiba mais como participar e confira relação de algumas dessas entidades abaixo). Os encontros presenciais, mediados também por profissionais de psicologia, voltaram com as medidas de distanciamento. Mas também já fizeram videoconferências aos sábados. "Desde a covid, tivemos a adesão de muito mais pessoas que buscam apoio", afirma.

Uma das palestrantes mais convidadas para encontros em grupos de apoio de todo o país é a brasiliense Vânia Borges, de 52 anos. Em 22 de dezembro de 2010, ela foi a única sobrevivente de um acidente de carro, em que ela perdeu os quatro filhos, que eram crianças, e o marido. Ela tentou salvar as filhas, queimou 70% do corpo, passou 90 dias em hospital. Quando saiu da unidade de saúde, descobriu que a família havia sido sepultada. Ao invés de se revoltar e desistir, resolveu fazer da vida uma missão de ajuda a outras pessoas enlutadas.

"Eu precisava levar minha história para outras pessoas. Minhas primeiras palestras, fiz em cadeira de rodas. A gente não esquece nunca. Mas passei a sublimar. Mães me ligam até de madrugada e eu tenho ajudado sim". Ela escreveu o livro Pérolas do asfalto, sobre o caminho de soerguimento. Ela fala com sobriedade de encher e molhar os olhos de quem a ouve. Mesmo quando trata do assunto mais difícil, ela permanece com tranquilidade e resiliência. Ela sorri para as conversas e para a vida. "Resolvi fazer o caminho do amor. Hoje eu trabalho em escola, não tomo remédios. Fui enfrentando mesmo e isso foi um bálsamo. Já olhei as fotos, ouvi músicas que lembram minha família o tempo inteiro e o efeito foi bom. Depois do acidente, voltei para minha casa". Fez o substantivo "luto" se transformar em um verbo no presente e inspirador.

Onde procurar ajuda (com atendimento on-line)

Acolhe com Amor (SP) Amada Helena (RS) Amigos Solidários na Dor do Luto (RJ) Associação Brasileira de Apoio ao Luto Casulo (SP)    Centro de Valorização da Vida (CVV) Grupo de Apoio às perdas e ao Luto (DF) Grupo de Apoio a Pais Enlutados Anjos Secretros (RS) Grupo apoio a todas as mães que perderam filhos (on-line) Laços e lutos (on-line, SP) Lelu (Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto - PUC-SP) Luto pela vida (on-line) Mães da Esperança (PR) Mães sem nome (RJ) Maternidade interrompida (on-line) O Farol - Grupo de Apoio no Luto (PE) ONG Amada Helena - Porto Alegre (RS) Pais em Luto (on-line) Primaveras (SP) Rede Apoio a Perdas Irreparáveis (on-line) Renascendo do luto (SP) Sobre viver (BA) Vânia Borges de Carvalho (DF, entrevistada para esta reportagem)

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