Bebeu demais no carnaval? Saiba como deve ser tratada a ressaca
Segundo os especialistas, a ressaca deve ser tratada com água e alimento com carboidrato
TAYGUARA RIBEIRO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em épocas de festas como o Carnaval, é comum que algumas pessoas acabem exagerando no consumo de bebidas alcoólicas. Depois de beber em excesso é preciso lidar com a ressaca.
Embora os sintomas possam variar de um caso para outro, no geral, quem está de ressaca apresenta fadiga, sede, dor de cabeça, problemas de concentração, apatia, desequilíbrio, náusea, tontura, tremores, problemas gastrointestinais, confusão, suor e taquicardia.
"A ressaca é o resultado da intoxicação aguda por álcool, cujos sintomas físicos e mentais, experimentados no dia seguinte a um único episódio de consumo excessivo, começam quando a concentração de álcool no sangue se aproxima de zero", explica Arthur Guerra de Andrade, psiquiatra especialista em dependência química e presidente executivo do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).
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O médico afirma que é importante que o indivíduo que decide beber mantenha seu consumo dentro de limites de baixo risco. Para homens, não mais que quatro doses em um único dia, sem ultrapassar 14 doses na semana. Para mulheres e pessoas acima de 65 anos, não mais que três doses em um único dia, sem ultrapassar sete doses na semana. Cada dose equivale a uma lata de 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho, ou 45 ml de destilado. Segundo o psiquiatra, "privação de sono após o consumo de álcool é associada com ressacas mais severas, e estudos demonstram que horas de sono adequadas podem ter efeitos positivos sobre a fadiga".
Diana Lara, neurocirurgiã do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, afirma que, depois que a ressaca já surgiu, é importante se hidratar bastante e descansar para o seu corpo se recuperar.
A médica ainda explica que medicamentos famosos por prometerem evitar ou amenizar a ressaca não funcionam. Segundo a especialista, não existe "comprovação científica como sendo eficazes para combater ou prevenir a ressaca, porém sintomáticos como analgésicos e antieméticos podem ajudar a amenizar os sintomas".
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Guerra de Andrade concorda. Ele explica que a literatura científica aponta, no geral, a falta de evidências que comprovem a eficácia de intervenções médicas para prevenção ou tratamento da ressaca. "Contudo, embora não haja cura para a ressaca, algumas medidas para aliviar a intensidade de seus sintomas são usadas. É o caso de alguns medicamentos, como antiácidos e analgésicos, como a aspirina, indicados para aliviar náuseas e dores musculares, respectivamente", afirma.
No entanto, o médico desaconselha o uso de paracetamol, já que esse medicamento é tóxico para o fígado, órgão já sobrecarregado após o consumo exagerado de bebida alcoólica. Além do mais, é lenda que continuar a beber evita o problema."Obviamente, a pessoa não deve consumir mais bebidas alcoólicas durante a ressaca", afirma o especialista em dependência química.
FIQUE ATENTO
O que é ressaca?É uma resposta do organismo ao uso excessivo de álcool. O provoca a ressaca é a ingestão de uma dose maior do que o organismo é capaz de metabolizar. A ressaca inicia-se cerca de 6 a 8 horas após o consumo e pode durar até 24 horas.
Como acontece?O álcool é absorvido pelo estômago. Obrigatoriamente, passa pelo fígado, que faz a parte metabólica do organismo e tenta inutilizar substâncias tóxicas. Durante a metabolização, o fígado produz outras substâncias que também são tóxicas e causam a ressaca. Também ocorre hipoglicemia, falta do açúcar no sangue. E, por último, desidratação.
Sintomas:
- Náuseas;
- Boca seca;
- Tontura;
- Desconforto gastrointestinal;
- Cansaço;
- Tremedeira;
- Ausência de apetite;
- Falta de concentração;
- Sonolência;
- Sudorese;
- Dor de cabeça.
Dicas antes de beber:
- Nunca beber de estômago vazio;
- Ingerir carboidratos;
- Ingerir proteínas;
- Intercalar ingestão de bebida alcoólica com água.
Dicas para o dia seguinte:
- Ingerir bastante líquido;
- Repousar;
- Refeições leves a base de saladas e frutas.
Sono: o consumo de álcool também pode provocar alterações do sono, por interferir na atividade do cérebro e nos níveis de hormônios que regulam o sono e o "relógio biológico". Alguns dos sintomas da ressaca são significativamente relacionados à duração e qualidade do sono, e não exatamente à quantidade de álcool consumido.
Fonte: Cisa (Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool) e Hospital Beneficência Portuguesa
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