Coronavírus impacta mercado de games e eletrônicos
Mais de 28 mil casos da doença já foram confirmados no país asiático, e outras dezenas em outros 24 países
A epidemia causada pelo novo coronavírus tem provocado impactos nas mais diversas frentes. O mais grave, é o prejuízo humanitário: no início da manhã de hoje (6), o total de mortos era de 564 só na China, país onde a doença se originou. Mais de 28 mil casos já foram confirmados no país asiático, e outras dezenas em outros 24 países.
Além do custo humano, há prejuízos econômicos e logísticos com a queda de bolsas de valores e o cancelamento de voos. O governo chinês inclusive determinou a proibição de qualquer evento esportivo ou de lazer até o mês de maio.
Hoje, a China é o maior mercado consumidor de games no mundo: segundo estimativas do instituto de pesquisas Newzoo, os jogos eletrônicos faturaram US$ 36,5 bilhões (R$ 154,3 bilhões) só em 2019, montante superior ao registrado nos Estados Unidos, com US$ 35,5 bilhões. Apenas o nicho de esportes eletrônicos movimentou US$ 210,3 milhões, ultrapassando a Europa Ocidental e se tornando a segunda maior região do mundo em receita, atrás apenas da América do Norte (US$ 409,1 milhões). Com tanta coisa acontecendo, não surpreende que o novo coronavírus tenha impactado até mesmo esse cenário.
A Riot Games suspendeu por tempo indeterminado a LPL (Liga Chinesa de LoL), e a LDL, a segunda divisão do torneio. A Pacific Championship Series, campeonato do sudeste asiático, também foi adiada. A desenvolvedora esclareceu que tomou a medida como forma de preservar a segurança e a saúde dos jogadores.
A primeira etapa da LPL entraria na segunda semana de jogos logo após a pausa para a semana do Ano Novo Lunar, que se encerrou no último domingo (1). Alguns jogadores, no entanto, se encontram em quarentena, como é o caso de ClearLove, que estreou na condição de treinador da equipe Edward Gaming na primeira rodada.
Vale lembrar que os dois últimos times campeões mundiais vieram da China: Invictus Gaming (2018) e FunPlus Phoenix (2019). Aliás, o atual detentor do título doou mais de 2 milhões de yuans (R$ 1,2 milhões) para ajudar no combate à doença.
A Liga da Coreia do Sul (LCK) também foi afetada pela doença. A primeira etapa do torneio começou ontem (5) sem a presença de torcida. A Riot Games também revelou ter adotado medidas de prevenção contra o coronavírus. Até agora, o governo sul-coreano já confirmou 23 casos de contágio.
A Blizzard cancelou as partidas da Liga Overwatch na China que aconteceriam em fevereiro e março. A empresa disse que informações sobre os próximos jogos serão divulgadas futuramente.
Por conta do surto da doença, duas equipes mudaram a base de treinamento. A Shangai Dragons e a Guangzhou Charge deixaram a China e se instalaram na Coreia do Sul. Já outra equipe chinesa, a Chengdu Hunters, decidiu permanecer no país, mas informou que está tomando providências para evitar a transmissão do vírus.
A organizadora da competição World Electronic Sports Games (WESG) suspendeu o torneio, cujas finais aconteceriam em março, na cidade chinesa de Chongqing. Isso inclui até mesmo as etapas classificatórias regionais pelo mundo, como a WESG LATAM, que seria realizada no próximo dia 15 de fevereiro no Rio de Janeiro.
O campeonato funciona como uma olimpíada do esporte eletrônico, reunindo competições dos games Counter-Strike: Global Offensive, Pro Evolution Soccer 2020, Starcraft 2 e Dota 2. No ano passado, o Brasil classificou representantes no CS:GO e no Dota 2.
Em meio a tantos fatos negativos por conta do coronavírus, surge uma boa notícia, ao menos para os criadores do game Plague Inc., do estúdio independente Ndemic Creations, do Reino Unido.
Após a disseminação do coronavírus na China, o número de downloads e vendas do game subiram exponencialmente nos últimos dias. Plague Inc. chegou a ocupar o primeiro lugar no ranking de aplicativos mais baixados no iOS na China, segundo dados dos institutos Sensor Tower e AppAnnie. O aumento também foi registrado em outros países, como os Estados Unidos e o Reino Unido.
O jogo foi desenvolvido inicialmente para smartphones, mas também ganhou adaptações para Xbox One, PC, PS4 e Nintendo Switch, com versões em português. O objetivo do jogador no Plague Inc. cria uma doença contagiosa com o intuito de aniquilar toda a população mundial.
O site oficial do game chegou a ficar fora do ar nos últimos dias devido ao aumento de acessos. Em nota divulgada nas redes sociais, a Ndemic Creations lembra que, embora o Plague Inc. tenha sido desenvolvido para ser realista e informativo, trata-se de um jogo, e não um modelo científico. Eles recomendam que os jogadores busquem informações sobre o combate à doença diretamente com as autoridades de saúde local e global.
Com informações da Agência Brasil